“Nós vamos processar a Netflix. Nós não temos que aceitar isso, e eu não vou aceitar”, avisou Lula da Silva, em Curitiba, cidade onde teve onde início em março de 2014 a operação policial Lava Jato e onde reside o juiz Sérgio Moro, que conduz o processo que levou à detenção de mais de uma centena de políticos e empresários.
Lula da Silva, que é pré-candidato à Presidência do Brasil, falava no encerramento de uma agitada caravana partidária que percorreu nos últimos dias o sul do país. O ex-metalúrgico foi condenado recentemente a 12 anos e um mês de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro no âmbito do chamado “caso triplex,” resultante da operação Lava Jato.
Lula tem repetidamente clamado inocência e apresentou recurso da condenação. Se a pena vier a ser confirmada antes do encerramento das candidaturas presidenciais pelo Supremo brasileiro, o ex-presidente terá os seus direitos políticos “cassados”, não podendo candidatar-se ao Planalto.
Dirigida por José Padilha, um dos mais conceituados realizadores brasileiros, a série estreou na passada sexta-feira a nível mundial, tendo sido mal recebida por diversas figuras da esquerda brasileira, sobretudo ligadas ao PT, o Partido dos Trabalhadores.
A série acompanha a investigação policial num período alargado (2003-2014), que coincide com as passagens pela Presidência da República de Lula da Silva e da sua sucessora, Dilma Roussef.
O Mecanismo retrata Lula e Dilma com nomes fictícios, atribuindo-lhes um conhecimento profundo dos mecanismos de corrupção que envolviam senadores, empresários e diversas figuras partidárias, da esquerda à direita.
Dilma já acusou a série de propagar "fake news". Lula também a classificou de mentirosa. “Aviso que vamos denunciar [judicialmente] os responsáveis [da série] aqui ou em qualquer lugar" porque eles produziram uma peça que é mais uma mentira", preveniu Lula.
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