Até domingo, o público pode ouvir conjugações de autores como Beethoven, Goethe e Schiller, João Domingos Bomtempo e Camões, Voltaire e Leonard Bernstein, Shakespeare e Henry Purcell, ou Franz Schubert, Müller e Hans Zender, sendo ainda possível ouvir canções de Chico Buarque, Sérgio Godinho, José Afonso e Márcia e letras de Lorca ou Sophia de Mello Breyner Andresen.
O evento abre hoje com a Orquestra Sinfónica Metropolitana e o Coro da Fundação Princesa das Astúrias, que interpretam “Ivan, o Terrível”, de Prokofiev, a saga do primeiro czar, em versão de oratória, com arranjos de Abram Stasevich.
A fechar, no domingo, haverá a opereta “Candide ou o otimismo”, de Leonard Bernstein, sobre Voltaire, pela Sinfónica Portuguesa, com o Coro do Teatro Nacional de S. Carlos, dirigidos pelo maestro João Paulo Santos.
Entre as propostas do festival, que vão da música popular à música erudita de tradição europeia, destacam-se propostas temáticas como a canção romântica de Wagner e Mahler e a relação de Mozart com Da Ponte, na ópera, pelo Melleo Harmonia e o maestro Pedro Carneiro, respetivamente.
Há ainda canções de Chico Buarque por JP Simões, na versão “Bloom”, e “a grande bossa do Brasil”, na poesia de Vinicius e Tom Jobim, pelo Trio Orfeu.
O “Requiem à Memória de Camões”, de Bomtempo, pelo Ensemble e Coro MPMP (Movimento Patrimonial pela Música Portuguesa), é interpretado no último dia da festa, 200 anos depois da composição da obra e da primeira edição francesa d’ “Os Lusíadas” (1817).
No sábado, destacam-se “Beethoven e Goethe”, na abertura “Egmont”, pela Orquestra de Câmara Portuguesa, o recital do violoncelista Pavel Gomziakov, num ciclo dedicado a Vasco Graça Moura, com as seis suites para violoncelo de JS Bach, e a Paixão Segundo São João, do mestre de Leipzig, pelo Coro e Orquestra XXI.
A Orquestra Geração cruza Shostakovich e Anna Akmátova, Luís de Freitas Branco e Florbela Espanca, Ginastera e Jorge Luis Borges, Vivaldi e Dante, entre outros, enquanto o Ensemble Mediterrain recupera “Viagem de Inverno”, de Schubert, em versão para tenor e orquestra de câmara, a par da reinterpretação de Hans Zender, conhecida pela “versão negra” da obra.
“O Rapaz de Bronze”, de Nuno Côrte-Real, com libreto de José Maria Vieira Mendes, sobre o conto homónimo de Sophia de Mello Breyner Andresen, é uma das três óperas do programa, com assinatura de compositores portugueses. Fragmentos de “A Serrana”, numa adaptação de Vitor de Faria, pelo Quarteto Vintage, também pontuam o programa.
No domingo, encontra-se “O Doido e Morte”, pelo Toy Ensemble, outra ópera em versão de câmara, esta de Alexandre Delgado, baseada na farsa de Raul Brandão.
No último dia destacam-se ainda Beethoven e Schiller, na “Ode à Alegria”, da 9.ª Sinfonia, pela Sinfónica Metropolitana e Pedro Amaral, extratos de “Le Bourgeois Gentilhomme”, de Molière e Lully, pelo Ludovice Ensemble de Miguel Jalôto, e excertos de “Fairy Queen”, de Purcell, pelos Músicos do Tejo, de Marcos Magalhães e Marta Araújo.
Durante os Dias da Música, o CCB realiza ainda o ciclo “Aqui há conversas”, que conta com protagonistas como Aldina Duarte (“Os poetas que eu cantei”), Pedro Mexia (“As letras do rock”), José Maria Vieira Mendes e Nuno Côrte-Real (“Como fazer uma ópera: Compositor e Libertista”), assim como Nuno Galopim que vai falar de Sérgio Godinho “A brincar com as palavras”.
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