A grande abertura oficial foi dia 15 de maio e contou com a presença do SAPO24. "A Yellow Star Company por vezes só conseguia montar espetáculos em tendas e agora vão poder passar todos por aqui em rotatividade. Atualmente temos cerca de 10 espetáculos que também já passaram pelo Armando Cortez e pelo auditório do Taguspark, e agora vão passar todos por Odivelas", revela a CEO Carla Matadinho em entrevista.
O plano, garante a responsável é produzir novos espetáculos ao mesmo tempo que acolhem companhias de música e dança e se tornam um espaço que permite a apresentação dos grupos artísticos do concelho de Odivelas. "Não queremos ser um espaço que vive para aquilo que produzimos, temos já um grande público que sabe o que fazemos e vamos ter a oportunidade de fazer todos esses espetáculos, mas não vamos esquecer as ofertas culturais de Odivelas", garante.
Sobre como conseguiram a concessão do espaço, este foi um processo complicado que já tinha sido tentado cinco anos antes e falhado por falta de uma assinatura digital. "Como já tínhamos perdido o primeiro processo, este foi feito com ainda mais cuidado e foi um grande desafio, mas conseguimos. Tínhamos vontade de ir para a Malaposta, já lá tínhamos desenvolvido espetáculos e agora temos o nosso espaço com quatro salas para trabalhar todo o tipo de públicos", sublinha a CEO.
Como principal característica do projeto, destaca-se a ideia de serem "um espaço aberto à comunidade". "Todos os munícipes do concelho de Odivelas vão ter 20% de desconto nos espetáculos da Malaposta, mas queremos também envolver todas as associações do município na nossa oferta cultural, dando oportunidade ao teatro amador e ao Conservatório D. Dinis, com quem já estamos a fazer um caminho, entre outros", destaca a CEO.
Esta é também uma ideia partilhada pela autarquia, presidida pelo socialista Hugo Martins, que pretende um serviço aberto às restantes entidades num concelho com grande oferta cultural. Existe uma escola de fado, que irá participar na componente de formação do centro, novas bandas, entre outros agentes culturais.
A formação marca também a aposta deste novo centro cultural de Odivelas, que até ao momento não conta com apoio público. "Vamos concorrer e gostava muito de conseguir. Espero que seja possível, mas como diz o nosso diretor artístico Paulo Sousa Costa, 'o nosso Ministério da Cultura é o público' e por isso temos de vender bilhetes e, independentemente dos apoios, queremos estar sempre com as salas cheias", confessa Matadinho.
No futuro, querem fazer formação em teatro musical, em fado, para manter a tradição viva em Portugal, e formar novos técnicos de teatro, que a companhia admite "fazem muita falta em Portugal". "Queremos criar uma nova geração de técnicos que fazem falta ao meio artístico. É muito difícil encontrar profissionais para a área, em especial depois do Covid e de várias pessoas terem abandonado a profissão. Neste aspeto queremos formar porque há falta", destaca.
São 33 os empregados da Yellow Star Company, sendo que numa primeira fase o novo centro cultural vai estar aberto apenas de terça-feira a domingo. "Estamos ainda a construir um projeto e o nosso objetivo é que passe a estar aberto à comunidade todos os dias. As pessoas não vão ter de esperar pelo 'Dia de Teatro', quero que tenham oferta todos os dias", aponta a produtora.
Além da oferta completa do catálogo de espetáculos da produtora, os visitantes vão ainda poder ter acesso a noites de café-teatro, ciclos de fado, noites de stand-up e de dança, a partir de setembro. A estes programas junta-se também uma inovação no panorama do espetáculo português: será permitido comer dentro da sala de espetáculos.
"Na Malaposta tudo é permitido! As pipocas são para comer dentro da sala e o vinho pode ser bebido a ver um espetáculo. Faz-se isto no estrangeiro e é uma fonte de receita para o teatro também. Já tínhamos experimentado este sistema no Taguspark e agora aqui também vai existir", diz Matadinho.
Com um Centro Cultural da Malaposta multifuncional, a Yellow Star Company propõe que se acompanhem todas as novidades nas redes sociais da companhia, como o Instagram, onde prometem divulgar todas as formações e novidades do teatro.
Nos próximos meses, a programação da sala principal do Centro Cultural da Malaposta, que no dia da apresentação a companhia manifestou querer passar a chamar sala Ruy de Carvalho, vai ter uma agenda cheia.
Por agora o espetáculo "A Noite" permanece até dia 2 de junho antes de partir em digressão pelo país. Entretanto, para celebrar o Dia da Criança, "Madagáscar – Uma Aventura Musical" vai ter duas apresentações, a 1 e 2 de junho. Seguem-se depois várias apresentações do sucesso "Ruy – A História Devida", aos domingos até 21 de junho, e "Agora é que são elas" fica também até dia 6.
Em setembro, o centro irá criar um novo projeto de Teatro para bebés, aos sábados de manhã, e o clássico "A Ratoeira", de Agatha Christie, também está previsto regressar aqui aos palcos a 12 de setembro. Também neste mês está no programa o espetáculo "Os homens da minha vida", com a atriz Paula Sá.
Em outubro, chega "Faz-te homem - Man Talks", e "Shrek - O Musical" estreia na Malaposta a 19 de outubro. Neste mês também terá lugar "Meu Grito Slóane", com Joaquim Nicolau.
Em novembro, a companhia quer apresentar um novo musical, que ainda não revela qual será. E também neste mês irá acontecer um programa de cinema de autor e documental, bem como um concurso de curtas-metragens. Também em novembro está prevista uma exposição de fotografia e de pintura, que ficam até dezembro.
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