Enquanto o país enfrenta uma das piores temporadas de queimadas já registadas, a arte brasileira atrai as atenções para a luta ambiental.

“A arte toca no coração das pessoas”, disse à AFP o artista e ativista Mundano, conhecido pelas suas intervenções de rua em favor de causas sociais e ambientais. “Os números sobre a crise climática foram tão repetidos que a gente nem fica mais chocado. A arte tem esse poder de fazer uma representação disso e provocar as pessoas, empresas e os governos a mudar os seus hábitos."

Instalado a poucas quadras da Avenida Paulista, com quase 1.600 m², o mural é um dos maiores da América Latina, segundo o artista. A imagem retrata a ativista indígena Alessandra Munduruku, que denunciou a empresa Cargill, líder mundial do agronegócio, como uma das principais responsáveis pelo desmatamento no país.

Segundo Mundano, de 38 anos, o principal objetivo do mural é exigir que a família Cargill cumpra a sua “promessa” de eliminar da sua cadeia de abastecimento até 2025 os produtos provenientes do desmatamento.

Nesta semana, o artista de rua e muralista brasileiro Eduardo Kobra fez uma intervenção artística com materiais biodegradáveis em Araçariguama, área do interior de São Paulo devastada pelo fogo, para consciencializar sobre a destruição da flora e da fauna.