“Falas, falas de quem perdeu, dos que não vemos, daqueles cujos corpos chegam, de noite, às nossas praias, fronteiras, acampamentos, Lampedusas, Calais”, lê-se na nota de sala sobre a peça.
“Quantos mortos cobre aquele mar tranquilo que nos uniu a África e agora se ergue como muro da morte, o Mediterrâneo?”, é uma das questões colocadas na peça.
O espetáculo questiona ainda se “será possível trazer ao palco a vida, a dor, o amor, a esperança, a morte dos que não têm história?”.
Nesta peça, Jorge Silva Melo propõe-se abordar o trágico episódio de Dido e Eneias, de “A eneida”, de Virgílio, acabando também por refletir sobre como poder fazer entrar num palco aqueles a quem se retira o direito à vida, como escreve na folha de sala da peça.
“Impotentes, choramos. E não fazemos nada, vivemos”, conclui o encenador e diretor dos Artistas Unidos.
A interpretação é de André Loubet, Andreia Bento, Catarina Wallenstein, Gonçalo Silva, Hugo Tourita, João Pedro Mamede, Luís Coelho, Nuno Gonçalo Rodrigues e Pedro Baptista.
Os figurinos e a cenografia são de Rita Lopes Alves e a luz de Pedro Domingos.
Produzida pelos Artistas Unidos em coprodução com o D. Maria II, a peça vai estar em cena até domingo, com representações de quinta-feira a sábado, às 21:30, e aos domingos, às 16:00.
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