De acordo com a Academia Portuguesa de Cinema, entre as 35 longas-metragens portuguesas elegíveis, foram selecionadas quatro que vão agora a votos entre os membros da academia, para se decidir qual o candidato de Portugal a uma nomeação para o Óscar de Melhor Filme Internacional.
Os quatro filmes são “Légua”, de Filipa Reis e João Miller Guerra, o díptico “Mal Viver” e “Viver Mal”, de João Canijo, e o filme de animação “Nayola”, de José Miguel Ribeiro.
Todos já tiveram estreia comercial nos últimos meses nos cinemas portugueses.
“Légua”, estreado na Quinzena de Realizadores, em Cannes, é a segunda longa-metragem de ficção de Filipa Reis e João Miller Guerra, e a história acontece numa antiga casa senhorial, em que a única habitante é a governanta, Emília, determinada a manter tudo limpo e preparado para acolher os proprietários que nunca lá vão.
No trabalho doméstico, Emília conta com a ajuda de Ana, que acabará por se tornar na sua cuidadora informal, por causa de problemas de saúde, no casarão desocupado.
O filme é protagonizado pela atriz Carla Maciel, que contracena com a atriz não profissional Fátima Soares.
“Viver Mal” e “Mal Viver” são duas ficções de João Canijo que se interligam, tendo como cenário um hotel gerido por uma família.
“Mal Viver” “é a história de uma família de várias mulheres de diferentes gerações, que arrastam uma vida dilacerada pelo ressentimento e o rancor, que a chegada inesperada de uma neta vem abalar, no tempo de um fim de semana”, lê-se na sinopse.
“Viver Mal” segue em paralelo àquela história, focando-se nos hóspedes que passam pelo hotel.
O elenco, predominantemente feminino, conta com Rita Blanco, Anabela Moreira, Madalena Almeida, Cleia Almeida, Vera Barreto, Filipa Areosa, Leonor Silveira, Lia Carvalho, Beatriz Batarda, Leonor Vasconcelos e Carolina Amaral, e ainda Nuno Lopes e Rafael Morais.
Os dois filmes estrearam-se no festival de Berlim, com João Canijo a receber o Urso de Prata para prémio do júri por “Mal Viver”.
“Nayola” é a primeira longa-metragem de animação de José Miguel Ribeiro, que tem reunido vários prémios internacionais desde as primeiras exibições em contexto de festival em 2022.
Com argumento de Virgílio Almeida, a partir de uma peça de teatro de José Eduardo Agualusa e Mia Couto, “Nayola” contrapõe as vidas de três gerações de mulheres – Lelena, Nayola e Yara -, tendo a guerra civil de Angola como pano de fundo.
O comité que escolheu estes quatro filmes integrou Ana Rocha de Sousa (realizadora), Clara Agapito (montadora), David Bonneville (realizador), Fátima Ribeiro (guionista, Frederico Serra, (produtor), Isabel Abreu (atriz), José António Loureiro (diretor de fotografia), Manuel Mozos (realizador), Miguel Guilherme (ator) e Mina Andala (atriz).
A escolha do filme português candidato aos Óscares será anunciada pela Academia Portuguesa de Cinema a 14 de setembro.
Portugal nunca teve um filme nomeado na categoria de Melhor Filme Internacional, anteriormente conhecida como Melhor Filme Estrangeiro, em língua não-inglesa.
Este ano, o filme “Ice Merchants”, do realizador português João Gonzalez, esteve nomeado nos Óscares, na categoria de Melhor Curta-Metragem de Animação.
Os nomeados para a 96.ª edição dos Óscares, os prémios de cinema dos Estados Unidos, são divulgados a 23 de janeiro de 2024 e a cerimónia está marcada para 10 de março, em Los Angeles, Califórnia.
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