Arimah ganhou o prémio pelo seu trabalho "Skinned" e irá receber 10 mil libras (mais de 11 mil euros). O prémio distingue o melhor conto original publicado por um autor africano em inglês.
De acordo com a agência Efe, ao receber o prémio na segunda-feira à noite em Londres, Arimah defendeu a literatura elaborada com um "olhar africano".
"As vossas histórias foram adicionadas ao perfil da literatura africana, o que acrescentou muitas vozes que precisamos para iluminar quem somos", disse a autora, nascida em Londres em 1983, numa mensagem dirigida aos seus colegas africanos.
Além de Lesley Nneka Arimah, estavam indicados para o prémio outros quatro escritores: Meron Hadero, da Etiopía, Cherrie Kandie, do Quénia, Ngwah-Mbo Nana Nkweti, dos Camarões e o nigeriano Tochukwu Emmanuel Okafor.
"Skinned" é uma obra publicada na revista literária norte-americana McSweeney's Quarterly Concern em 2018, é uma sátira que aborda os desafios que as mulheres enfrentam nas sociedades africanas dominadas por rituais tradicionais.
A obra conta a história de Ejem, uma jovem imersa numa cultura em que, aos 15 anos, as meninas são despidas em virtude de uma cerimónia, onde devem casar-se para recuperarem o direito de se vestirem novamente.
Citado pela Efe, o escritor queniano e presidente do júri do prémio Caine, Peter Kimani, disse que "Skinned" representa a luta das mulheres pela sua inclusão numa sociedade regida por rituais.
"A obra aborda uma situação familiar para derrubar as hierarquias sociais, desafiar as tradições e avaliar novas possibilidades para as mulheres no mundo", refere a mesma fonte.
Arimah ganhou o prémio Commonwealth para África em 2015 e foi finalista do prémio Caine em 2016 e 2017.
A escritora publicou em 2017 a sua primeira coleção de contos, intitulada "What It Means When a Man Falls from the Sky".
Reside atualmente em Las Vegas (Estados Unidos da América) e está a escrever a obra literária "Acerca de ti".
O prémio literário Caine foi atribuído pela primeira vez no ano 2000 e o seu nome é em homenagem a Michael Harris Caine, antigo presidente do grupo Booker, fundador do prémio literário com o mesmo nome.
Devido à sua relação com o prestigiado prémio Booker de literatura de ficção, o prémio Caine também é conhecido como o "Booker de África".
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