Hoje foram divulgados os nomeados dos prémios internacionais de fotografia World Press Photo, com o júri a sublinhar, numa mensagem em vídeo, a importância do fotojornalismo como prova dos acontecimentos, num tempo em que os consumidores são bombardeados com tanta informação.
Embora a pandemia da covid-19, que causou milhares de mortos, desacelerou a economia de vários países e condicionou a vida de milhões de pessoas, esteja presente em várias reportagens candidatas, há outros assuntos convocados pelo júri para esta edição.
Para o prémio Fotografia do Ano estão nomeados seis trabalhos fotográficos: de Evelyn Hockstein, sobre a contestação do movimento "Black Lives Matter", nos Estados Unidos; de Lorenzo Tugnoli, sobre a explosão que destruiu uma parte de Beirute, no Líbano; de Luis Tato, sobre uma tempestade de gafanhotos, em África; de Mads Nissen, que registou a vida num lar no Brasil, em tempo de pandemia; de Oleg Ponomarev, sobre o processo de transição de um rapaz transgénero, na Rússia; e de Valery Melnikov, sobre o impacto do conflito pelo controlo da região de Nagorno-Karabakh.
Todos eles estão nomeados também nas categorias temáticas do World Presso Photo, como ambiente, desporto, retratos ou temas da atualidade, juntamente com outros candidatos.
Também foram selecionadas reportagens sobre incêndios na Amazónia, sobre migrantes africanos em Itália e sobre uma unidade de cuidados paliativos em França.
O fotojornalista português Nuno André Ferreira, que trabalha na agência Lusa, está indicado na categoria 'Spot News', com uma fotografia de uma reportagem sobre um incêndio florestal, em Oliveira de Frades.
A imagem foi captada em setembro de 2020 e mostra, em dois planos, uma criança dentro de um carro e, ao longe, o recorte das chamas num incêndio que começou em Oliveira de Frades (Viseu) e se estendeu pelos concelhos vizinhos.
"Escolhi aquela fotografia, porque há ali um contraste entre a ternura de uma criança e o incêndio, que é uma coisa tão má. E vemos ali uma criança dentro do carro, que parece que está imune àquilo tudo, porque também ela não percebe o que se passa à volta dela", explicou o fotojornalista, de 41 anos, em declarações à Lusa.
Para esta edição, o júri escolheu 45 fotojornalistas e fotógrafos de 28 países, entre 4.300 profissionais que se candidataram com 74 mil fotografias.
Os vencedores das diferentes categorias do WPP - e do grande prémio - serão anunciados a 15 de abril, estando prevista, depois, a havitual exposição anual com as imagens premiadas.
Os prémios World Press Photo foram criados em 1955 em Amesterdão e são ainda considerados os mais prestigiados para o fotojornalismo.
Na história deste prémio internacional de fotografia há alguns premiados portugueses, entre os quais Eduardo Gageiro, Miguel Barreira, João Silva, Daniel Rodrigues e Mário Cruz, que também trabalha na agência Lusa.
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