Segundo o comunicado da autarquia, o corpo do encenador, ator e arquiteto de 82 anos, que morreu esta quinta-feira, está a partir da tarde de hoje no Teatro Stephens, espaço onde Norberto Barroca viu as primeiras peças de teatro e ao qual sempre ficou ligado, profissional e sentimentalmente, como chegou a afirmar.

As cerimónias fúnebres decorrem no sábado, a partir das 14:00, na Igreja da Marinha Grande, seguindo o cortejo fúnebre para o cemitério da cidade.

Na informação divulgada pelo município, a presidente da câmara, Cidália Ferreira, solicita "a todas as entidades presentes na Marinha Grande que observem o luto municipal no sábado, com bandeiras a meia haste e todos os outros procedimentos protocolares".

Para a autarca, o desaparecimento do ator e encenador, natural da Marinha Grande, "é uma triste notícia" que muito marca a cidade.

"Norberto Barroca foi e será sempre - porque nunca o esqueceremos - um grande marinhense. Artista, encenador de gabarito nacional, figura de reconhecido mérito, graças a Norberto Barroca boa parte da memória histórica do povo marinhense permanecerá eternamente viva. Obrigada por tudo, Norberto", conclui o comunicado da autarquia.

O município anunciou entretanto que dará o nome de Norberto Barroca à galeria municipal, onde ficará depositado o espólio do ator e encenador.

O ator, encenador, autor e figurinista Norberto Barroca morreu na quinta-feira, aos 82 anos, informou a Câmara Municipal da Marinha Grande, que decretou luto municipal.

Norberto Barroca nasceu na Marinha Grande em 1937 e tinha formação em Arquitetura e História, mas notabilizou-se sobretudo pela múltipla atividade teatral enquanto ator, declamador, encenador, cenógrafo, figurinista, professor e autor.

Oriundo do teatro universitário, Norberto Barroca estreou-se profissionalmente em teatro no Grupo Fernando Pessoa, do Centro Nacional de Cultura, em 1960, seguindo-se a Casa da Comédia, de que fez parte do grupo fundador, onde protagonizou a peça "Deseja-se mulher", de Almada Negreiros.

Trabalhou em salas e companhias como o Teatro Experimental de Cascais, Teatro Aberto, Teatro Estúdio de Lisboa, de Luzia Maria Martins, 1.º Acto, A Barraca, A Comuna, Novo Grupo/Teatro Aberto, Teatro S. Luiz, que dirigiu, Teatro Maria Matos, Teatro Nacional D. Maria II, e também em palcos de expressões de comédia e revista, como o antigo Teatro Laura Alves, na rua da Palma, e os teatros ABC e Maria Vitória, no Parque Mayer.

Trabalhou ainda com a Seiva Trupe e o Teatro Experimental do Porto, que dirigiu de 1998 a 2009.

A mais recente obra de Norberto Barroca foi o espetáculo de celebração dos 250 anos da chegada de Guilherme Stephens à Marinha Grande, estreado em 19 de outubro de 2019.

Preparava uma monografia sobre a atriz Mirita Casimiro.