Não se recorda de quando começou a cantar, mas as memórias de criança trazem-lhe as horas fechada na sala da sua casa a cantar. Depois de muita insistência, aos seis anos recebeu a primeira guitarra como prenda dos seus pais. Compôs a primeira canção e nunca mais parou.

Trocou Málaga por Madrid, a cidade que a fez crescer e hoje já considera como uma segunda casa. Não se fica pela música para fazer uso das palavras. Em março deste ano editou o seu primeiro livro de poesia, “Mujer Océano”, que conta já com 4 edições e mais de 40.000 livros vendidos em Espanha e com edições na Argentina e Chile.

Depois de conquistar Espanha, chegou a vez do público português se render a Vanesa Martín. Clube de fãs já tem, conta-nos. Culpa disso, em parte, é do dueto com Matias Damásio, de quem fala com carinho e se rende em elogios. “Identifico-me muito com ele, com a sua forma de fazer música, de cantar, de interpretar, a sensibilidade que tem. O que transmite ao cantar entusiasma-me”, conta. A colaboração foi também “uma forma de chegar ao público português”.

O tema, “Porque Queramos Vernos”, gravado apenas numa tarde, em português e espanhol, é o mais ouvido há quatro semanas consecutivas na plataforma digital iTunes. “Estou muito agradecida com isto tudo, não pensei que fosse passar da primeira semana. À segunda continuava, à terceira disse ‘vamos para Portugal’”, conta. Agora, aguarda ansiosamente “por voltar o mais depressa possível para um concerto” e para apresentar “Munay”, agora editado também em Portugal.

“Munay” é uma palavra quechua que significa amor incondicional, explica. Apesar de ser esta uma filosofia de vida que pratica desde que tem “o uso da razão", foi com a ajuda de uma amiga muito próxima que encontrou nas suas ações e na forma de encarar a vida uma palavra que o descrevesse.

“O disco já estava praticamente terminado e não encontrava título. Ao falar com ela sobre o que significava para mim este disco e do que queria transmitir com ele, disse-me: 'Munay'”. A cantora e guitarrista malaguenha confessa que quando procurou mais sobre o que significava “foi uma surpresa”. “Até me emocionei. Senti nesse momento que seria o título do disco”, conta.

Este é um álbum “mais maduro" segundo a própria, “orgânico, com muita essência e com muita amplitude". "Uma viagem constante" e "um escrutínio profundo e visceral", conclui.