Da autoria da jornalista Cláudia Sebastião, a obra “Marcelo Rebelo de Sousa o Presidente dos Afetos”, da editora Paulus, recorda as muitas iniciativas que têm constado da agenda do chefe de Estado , as quais fazem parecer que “está em todo o lado e com todas as pessoas, especialmente em momentos de aflição, acidentes ou catástrofes”.

Desde 09 de março de 2016 como Presidente da República, “a proximidade e a opção pelos mais frágeis e desfavorecidos é uma marca da sua Presidência”, considera Cláudia Sebastião, dando exemplos do seu interesse pelos sem-abrigo ou pelos idosos.

“Marcelo Rebelo de Sousa chama a atenção para estas pessoas que vivem na rua, trata-as com dignidade e mobiliza os poderes públicos e organizações para agirem em conjunto”, nota a autora, referindo as várias ocasiões em que o Presidente acompanha voluntários na distribuição de refeições a pessoas sem-abrigo em Lisboa e no Porto.

A autora refere ainda o percurso de Marcelo Nuno Duarte Rebelo de Sousa como católico, desde o tempo em que frequentou o Liceu Pedro Nunes, quando entrou na Juventude Escolar Católica ou de quando, desde os cinco ou seis anos, acompanhava a mãe, assistente social, em visitas a bairros de lata.

As “amizades para a vida” desde 1970 no chamado “Grupo da Luz”, que reunia jovens à volta do padre franciscano Vítor Melícias entre os quais António Guterres (antigo primeiro-ministro e atual secretário-geral das Nações Unidas) também são abordadas no livro.

Nos anos 80, o grupo reuniu-se para lançar uma campanha nacional de combate à pobreza, perante o desagrado de Mário Soares, então na chefia do Governo, recorda ainda a autora.

O lado de “católico assumido” do Presidente também está presente no livro, que assinala, contudo, que o chefe de Estado tem marcado presença em cerimónias de outras religiões.

Referindo que como Presidente “distribui beijinhos, cumprimenta toda a gente, uma a uma”, a autora lembra também a sua deslocação em junho de 2017 a Pedrógão Grande aquando dos incêndios.

Ainda de madrugada, Marcelo fez a viagem “sem comitiva, apenas com seguranças, num percurso perigoso, com estradas cortadas e o incêndio ainda descontrolado”, um comportamento que seria mais tarde criticado pela Comissão Técnica Independente, que considerou que a presença excessiva de autoridades perturbou os trabalhos.

O “Presidente dos afetos”, como é conhecido, voltaria várias vezes aos locais dos incêndios de 2017, que fizeram mais de 100 mortos, em atos públicos e em privado, para estar com as populações.

E seria em Oliveira do Hospital, uma das zonas mais afetadas pelos fogos, que faria “a declaração ao país mais dura de todo o mandato” e cuja consequência imediata foi a demissão da então ministra da Administração Interna, Constança Urbano de Sousa.