O espaço será inaugurado a 25 de fevereiro e, para já, as primeiras esculturas já conheceram a sua nova casa, encontrando-se submersas a cerca de 15 metros de profundidade. O trabalho de Jason deCairesTaylor compõe, assim, aquele que será o primeiro museu subaquático da Europa.

Nestas esculturas encontramos o retrato de uma realidade que começa a afetar a vida dos europeus - concretamente, a crise dos refugiados. A questão é abordada através da obra Raft of Lampedusa (Jangada de Lampedusa), que mostra um grupo de refugiados num barco, numa alusão ao movimento migratório que tem acontecido no Mar Mediterrâneo.

A instalação percorre outros temas, como a excessiva dependência das pessoas em relação à tecnologia, seja através de smartphones ou tablets.

Este projeto está pensado de forma a criar um recife artificial em grande escala para agregar espécies de peixe locais e contibuir para o aumento da biomassa marinha. Ao mesmo temp, quer chamar a atenção para as atuais ameaças aos oceanos, segundo o The Guardian.

Arte debaixo de água

Esta não é, no entanto, a primeira incursão de Taylor pela arte subaquática. Mergulhador profissional e naturalista marinho, o escultor e fotógrafo subaquático fez a sua primeira instalação, intitulada Vicissitudes, em 2006, em Granada, um espaço que foi considerado como uma das 25 Maravilhas do Mundo pela revista National Geographic. Este espaço esteve também na base de criação de uma Área Marinha Nacional Protegida por parte do governo local.

Em 2009, Jason deCaires Taylor foi um dos cofundadores do MUSA - Museo Subacuático de Arte, ao largo da costa de Cancun, no México. Este museu subaquático tem uma coleção denominada The Silent Evolution, com mais de 500 esculturas.

Mais recentemente, o escultor submergiu a escultura Ocean Atlas, nas Bahamas, no verão de 2014, que é a maior e mais pesada escultura existente debaixo de água, com cinco metros de altura e 60 toneladas de peso.

Segundo o site do artista, os seus pioneiros projetos de arte não são apenas exemplos de obras públicas de conservação marinha bem sucedidos, mas também obras de arte que promovem uma maior consciencialização ambiental, estimulando uma mudança de atitude em relação ao mundo subaquático e aos oceanos.