O artista plástico Júlio Pomar morreu na última terça-feira aos 92 anos no Hospital da Luz, em Lisboa.

O voto apresentado conjuntamente por monárquicos e centristas salienta que "Júlio Pomar foi autor de uma obra multifacetada, realizada em variados suportes, que marcou profundamente a sociedade portuguesa ao longo de toda a sua carreira".

Os deputados consideram que Júlio Pomar, "ao longo dos últimos quarenta anos, abordou uma grande variedade de universos temáticos em estilos diversificados, construindo relações diferentes entre materiais muito distintos, numa procura de um universo muito pessoal".

"Deixou-nos o atelier-museu Júlio Pomar, aberto ao público em 2013, onde um magnífico acervo de cerca de mais de 400 obras de pintura, escultura, desenho, gravura, serigrafia e artes decorativas podem ser contempladas", acrescenta o voto.

Já o voto assinado pelo grupo municipal do PSD refere que o pintor e escultor era uma "figura ímpar" da cultura, e "um dos maiores criadores de referência da arte moderna e contemporânea portuguesa".

"Tornou-se um dos artistas mais conceituados do século XX português, com uma obra marcadamente vincada por várias estéticas, desde o neorrealismo ao expressionismo, passando pelo abstracionismo, mas sempre numa profunda recriação experimental consigo próprio e com a realidade que o rodeava. Falar de Júlio Pomar, significa falar de uma dimensão muito para além da pintura", aponta o texto.

Os sociais-democratas justificam esta homenagem "pelo seu inconformismo, lutador convicto dos valores da liberdade e por todo o legado que deixou".

No início da sessão plenária de hoje foi mostrado um vídeo com um testemunho de Júlio Pomar, datado de 29 de abril de 2014, sobre o "mural 25 de Abril hoje", uma intervenção de arte urbana realizada na fachada norte do Fórum Lisboa, a casa da AML.

Júlio Pomar, Jorge Ramos de Carvalho, e a presidente da AML, Helena Roseta, constituíram o júri que escolheu Tamara Alves como a vencedora do concurso, cuja obra passou também a ilustrar o 'site' da AML e a respetiva página de 'facebook'.

"Tal como a memória do mestre, a memória desse dia de Abril ficará sempre associada ao nosso mural. Obrigado mestre", lê-se na página da internet da AML.

No final da votação, os deputados municipais realizaram um minuto de silêncio.

Pintor e escultor, nascido em Lisboa em 1926, Júlio Pomar é considerado um dos criadores de referência da arte moderna e contemporânea portuguesa.

O artista deixa uma obra multifacetada que percorre mais de sete décadas, influenciada pela literatura, a resistência política, o erotismo e algumas viagens, como a Amazónia, no Brasil.

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