“O documentário trata dos processos judiciais” que visaram Lula da Silva a partir de 2011 e o que aconteceu quando o chefe de Estado foi para a prisão por corrupção, “o que não é realmente incomum nestes países”, disse Stone, que esteve em Paris na terça-feira para falar sobre “Nuclear Now”, um documentário sobre a defesa da energia nuclear.
A data de estreia ainda não foi anunciada, uma vez que o filme deverá ser apresentado num festival de cinema, disse o realizador americano, que participa regularmente em grandes festivais de cinema, como o de Cannes.
Ao longo de cinco décadas, Oliver Stone realizou várias obras de ficção e documentários ligados à América Latina, a começar por “Salvador” (1986), protagonizado por James Woods.
Algumas das suas obras são polémicas, como “Comandante”, um documentário lançado em 2003 sobre Fidel Castro, ao qual dedicou outros dois, em 2004 e 2012.
Em 2014, Stone também dirigiu “Meu Amigo Hugo”, sobre o ex-presidente venezuelano Hugo Chávez, produzido pela emissora oficial venezuelana Telesur, que defende o regime de Chávez.
O documentário sobre Lula demorou meses a ser filmado, durante os quais Oliver Stone viajou com o veterano político brasileiro.
Quando questionado sobre as semelhanças entre Lula, Chávez e Castro, vê-os como “humanistas”.
“São todos originais e dão o seu melhor para servir o seu país”, disse.
“Penso que os processos judiciais são utilizados em todo o mundo por razões políticas, como uma ferramenta política. Mas o mundo inteiro é corrupto. A Rússia vive da corrupção, tal como a Turquia ou os Estados Unidos”, acrescentou Oliver Stone, autor de uma série de entrevistas com o líder russo Vladimir Putin.
“Sou um pensador livre”, disse o cineasta, que não tenciona votar nem em Trump, nem em Biden nas eleições americanas de novembro.
Com entrevistas como as que fez a Putin, Stone alcançou uma reputação de “outsider” (forasteiro) em Hollywood, o que já o levou a ser rotulado de teórico da conspiração, com o que diz não se importar.
Vencedor de três Óscares, o realizador de “Platoon” e “JFK” admite que um regresso às longas-metragens parece difícil.
Comentários