Corria o ano de 2004 quando a banda americana Hoobastank, que já havia lançado um álbum em 2001, decide mostrar ao mundo o segundo single do seu segundo álbum. “The Reason” (que é também o nome do tal segundo álbum) foi lançada na primeira metade do ano em que Portugal perdeu em casa com os malditos gregos na final do Euro 2004 e inundou os tops musicais dos EUA – mas não só! – de arrependimento. A razão? “Ela”.
I'm not a perfect person
There's many things I wish I didn't do
But I continue learning
I never meant to do those things to you
And so I have to say before I go
That I just want you to know
“Ela” (que pode ser “Ele”, na verdade. Não há cá limitações no que toca ao amor) é o motivo que, muito provavelmente, levou Doug Robb a escrever ao tema-ícone dos Hoobastank. A identidade de tal pessoa é, aparentemente, desconhecida mas, a julgar pela letra da música, Doug é menino para se ter portado mal com ela. É verdade que o autor refere logo que não é perfeito, que há muita coisa de que se arrepende de ter feito e que continua a aprender, mas a verdade (exposta vezes sem conta nas frases facebookianas com um por-do-sol atrás e num português do Brasil) é que as desculpas não se pedem: evitam-se.
I've found a reason for me
To change who I used to be
A reason to start over new
and the reason is you
Mas Doug “dá tudo” no refrão da música. Expõe-se ao ponto de dizer que ela (a pessoa) é a “sua” razão para mudar, para começar de novo. Uma espécie de personal trainer do coração, no fundo. E é impossível que muitos casais não tenham recorrido ao tema musical e a uma mal amanhada apresentação em Power Point com imagens a dois para pedir desculpa. E todos sabemos que nada funciona melhor do que uma apresentação em Power Point mal amanhada no que toca à arte de pedir perdão.
I'm sorry that I hurt you
It's something I must live with everyday
And all the pain I put you through
I wish that I could take it all away
And be the one who catches all your tears
Thats why I need you to hear
Os fãs do primeiro álbum de Hoobastank talvez possam achar que “The Reason” é para eles. A sonoridade do tema é, de facto, diferente daquilo que a banda tinha lançado anteriormente. Músicas como “Crawling In The Dark” ou “Running Away” são, sem sombra de dúvida, diferentes da canção em destaque esta semana da rubrica deste que vos escreve. Mas isso não significa que seja um mau tema. Com um sucesso global, “The Reason” foi também objeto de versões, das quais se destacam duas: a dos Westlife (uma espécie de Backstreet Boys irlandeses, pós-Boyzone) e a do grande Tom Jones (sim, leram bem. Sir Tom Jones cantou uma versão de “The Reason”).
I've found a reason for me
To change who I used to be
A reason to start over new
and the reason is you
Não sei se “The Reason” é uma das melhores baladas de sempre. Provavelmente não é. Mas é uma música que colocou cá fora aquilo que muitos sentem, ao longo da sua vida: uma tremenda incapacidade de pedir desculpa, de assumir os erros e de dizer a alguém “perdoa-me, gosto de ti”. E isso, meus amigos, é melhor do que nada.
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