“Soluções literárias para problemas reais”. Este é o slogan da livraria-farmácia italiana, onde os livros, à semelhança das bulas dos medicamentos, contêm informação sobre “indicações”, “efeitos colaterais” e “posologia”.
Sente-se triste? Nostálgico? Está a passar pelo fim de uma relação? Precisa de fazer mudanças na sua vida? Aqui tem muito por onde escolher. A livraria tem um vasto catálogo de livros - são mais de quatro mil títulos -, organizados em mais de 60 categorias.
Elena Molini, dona da loja, trabalhava para uma cadeia de livrarias quando teve a ideia. “Percebi que as pessoas procuravam livros que ajudassem a responder [às questões que tinham na vida] ou a dar conforto consoante aquilo que estavam a viver”, conta Elena Molini ao jornal italiano Firenze Today.
“Foi assim que a Farmácia nasceu”, diz a responsável, que faz questão de prestar um atendimento personalizado aos seus clientes e, por isso, raramente sugere o mesmo livro. “As obras que eu recomendo são baseadas nas histórias que as pessoas que entram na loja me contam”, explica.
As mulheres jovens, as principais clientes da livraria, procuram mais livros para os “males de amor” e para a autoestima, diz a vendedora. Já os homens, segundo ela, compram frequentemente livros de viagens espirituais e de aventura.
Sempre que teve maior dificuldade em categorizar as obras em função das questões de saúde mental, Elena Molini pediu ajuda à irmã, que é psicóloga.
Neste caso, trata-se de uma livraria, e portanto de uma atividade de natureza mais lúdica. No entanto, o uso de livros para o desenvolvimento de processos terapêuticos é já conhecido há mais tempo. Chama-se biblioterapia e recorre à leitura de obras literárias para, através de processos de identificação com as personagens e as suas histórias, trabalhar as questões de saúde mental.
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