Ben Waber, presidente da Humanyze, reparou que, em agosto, trabalhar com os clientes franceses tornava-se mais complicado. Os franceses, para evitar ter equipas a meio gás, fecham as empresas em agosto e mandam toda a gente de férias ao mesmo tempo.

Para Waber, porém, essa medida era só frustrante, “irritante”, conta à Business Insider. “Estás a tentar fechar um negócio, ou a tentar agendar alguma coisa e depois é adiada mais dois meses”, desabafa.

Porém, a frustração deu lugar a uma nova perspetiva na forma como o escritório da Humanyze estava organizado. É que nos meses de verão, havia sempre alguém fora. “Se precisasse de ter quatro pessoas juntas para uma reunião, por exemplo, podia levar um mês a agendar”, escreve Saber num artigo publicado no blogue Quartz at Work.

A solução? Sincronizar as férias de toda a gente. No início, conta, havia algumas resistências no lado dos trabalhadores. Porém, Waber decidiu na mesma impor o novo calendário. E em janeiro do ano passado, os trabalhadores foram chamados a votar as melhores semanas para as férias de verão.

Contados os votos, a equipa foi dividida pelas duas semanas mais votadas. Como incentivo extra, explica, aos trabalhadores que escolhessem fazer férias na semana que lhes foi atribuída, eram contados apenas três dias.

Isto porque, sublinhe-se, o novo calendário não é vinculativo e os trabalhadores mantêm a possibilidade de marcar as férias fora do período que lhes foi designado. Mas Waber acredita que “muitas pessoas são flexíveis sobre quando tiram as férias de verão”.

Para além disso, naquelas semanas específicas, os trabalhadores iam também de férias. “Toda a gente está de férias na mesma altura”, diz Waber.

Esta nova organização permitiu melhorar a assiduidade dos trabalhadores. Só 46% das outras semanas do verão têm falta de trabalhadores — comparando com os 100% do ano anterior. E isso, diz, traz mais produtividade.

Diz a Business Insider que esta medida pode aumentar o tempo fora do local de trabalho. Nos Estados Unidos, segundo dados divulgados pela revista, os empregados com férias pagas só usufruem de cerca de metade dos dias a que têm direito. Mais tempo de descanso pode equivaler a mais produtividade.

“Alguns dizem que nos próximos cinco anos toda a gente vai copiar o nosso modelo”, diz Waber. “Mas o que eu direi é que com cada vez mais empresas a usar dados sobre o trabalho dos seus empregados para gerir os negócios, vamos começar a ver mais empresas a fazer coisas como esta”.