A 92.ª edição da Feira do Livro de Lisboa, que decorrerá entre 25 de agosto e 11 de setembro, conta já com quase dois mil eventos programados, com muitos autores nacionais e internacionais confirmados, e diversos eventos distintos, disse à agência Lusa o presidente da Associação Portuguesa de Editores e Livreiros (APEL), Pedro Sobral.
Segundo o responsável, a “esmagadora maioria da feira está montada”, o que permite verificar no terreno que o “novo modelo, mais sustentável e integrado”, planeado para esta edição “encaixa na ideia inicial do projeto”.
Este novo modelo consiste numa reorganização do espaço, com melhoria nas acessibilidades e na mobilidade e com novos ‘stands’ feitos com materiais recicláveis e construídos em módulos.
Entre os autores internacionais participantes contam-se o escritor e jornalista espanhol Arturo Pérez-Reverte, com várias obras publicadas em Portugal, a autora de livros para crianças uruguaio-espanhola Carmen Posadas, a jornalista e escritora Rosa Montero, já distinguida com o Prémio Nacional das Letras Espanholas pelo conjunto da sua obra, e a duquesa de York, Sarah Ferguson, também escritora e produtora.
Pedro Sobral afirmou que a adesão por parte dos participantes — editores, livreiros e autores — é massiva e disse acreditar que esta edição irá “superar os 2.100 eventos de 2019, que foi a feira com maior diversidade cultural”.
“Com 340 pavilhões e 140 editores e livreiros, é neste momento a feira com maior presença que fizemos, desse lado é já a maior feira, em termos de presença de editores e livreiros. Na programação cultural eu diria com alguma confiança que também vamos superar aquela que foi a maior feira, que foi em 2019, portanto, eu diria que as expectativas se vão concretizar”, acrescentou.
A única variável que ainda falta é o número de visitantes, mas Pedro Sobral tem a expectativa de ultrapassar o número recorde, alcançado em 2019, de cerca de 500 mil.
Os anos de 2020 e 2021, apesar de terem sido de pandemia, também foram “absolutamente extraordinários”, garantiu.
“Portanto, dado este novo conceito, com este programa e diversidade cultural, com tudo isto que vai acontecer, esperamos também que o número de visitantes seja o maior de sempre”.
Outra novidade que está a “avançar” é a presença da Ucrânia na feira, como país convidado.
“Vamos ter livros em ucraniano, uma série de manifestações culturais que vão desde ilustradores a escritores ucranianos no expositor da Ucrânia, que já estão confirmados”, realçou o responsável da APEL.
“Por isso, a ideia inicial de dar este espaço à cultura da Ucrânia, aos escritores e aos editores ucranianos, também se está a tornar uma realidade”, acrescentou.
De acordo com a APEL, à semelhança dos anos anteriores, a feira do livro incluirá “múltiplas zonas de descanso e lazer, esplanadas, instalações sanitárias e zonas/equipamentos de restauração – distribuídos de forma dispersa ao longo da Feira do Livro”, bem como o espaço RefresCão, que disponibiliza água fresca para os animais de companhia.
As Bibliotecas Municipais de Lisboa também estarão presentes, com especial incidência na promoção de iniciativas destinadas ao público infantil, às famílias e às escolas.
De regresso vai estar também o pavilhão “Doe os seus Livros”, uma iniciativa em parceria com o Banco de Bens Doados, que desafia os visitantes a doar livros novos ou usados, que serão encaminhados para as crianças apoiadas por instituições da ENTRAJUDA.
Desde o arranque desta campanha, criada em 2015, já foram angariados mais de 150 mil livros, sendo que só em 2021 foram doados cerca de 90 mil.
Integrado no conceito de sustentabilidade que permeia esta edição da Feira do Livro de Lisboa, a APEL estabeleceu uma parceria com a EMEL, para que a GIRA – sistema público de bicicletas partilhadas – seja o seu transporte oficial.
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