"O teatro musical no norte do país teve a sua grande revolução com Filipe La Féria no Porto e, entretanto, isso fez com que aparecessem companhias como a nossa", diz Fernando Tavares, diretor artístico da Plateia d’Emoções, que fundou em 2015, em entrevista ao SAPO24.

Como diferença das demais companhias que trabalham com crianças destaca o uso da luz e cenografia "ao nível de produção da Broadway". "O tema pode ser a Cinderela ou o Capuchinho Vermelho, mas queremos que os jovens fiquem apaixonados pelo conceito de teatro musical".

O objetivo, mais do que contar uma boa história, é fazer com que as crianças vão ao teatro e se habituem ao conceito de visitar uma sala de espetáculos, o que leva a que recusem ofertas de atuar em escolas. "As pessoas têm de sentir a diferença de quando a escola saí para ir ao teatro", sublinha o diretor.

"Queremos educar as pessoas para ir ao teatro. Esse foi um legado que nos foi deixado no norte quando o Rivoli estava às moscas e agora queremos continuar com essa premissa com crianças e famílias. Os nossos teatros são para toda a família, inclusivamente idosos", detalha.

Com uma atenção especial para o público familiar, detalha ainda que adaptam as narrativas para que todas as idades possam gostar da história, num público que se mantém fiel há quase 10 anos em várias localidades. "Por exemplo, na Mealhada já temos salas esgotadas para o próximo ano e as pessoas sabem que nós vamos estar todos os anos lá com coisas novas", sublinha.

Sempre com os olhos no interior do país, a Plateia d’Emoções apresenta uma média de 150 espetáculos por ano e tem em agenda quase sempre uma mão cheia de produções teatrais por época.

Invariavelmente, as digressões das peças que (re)cria costumam levar a companhia a quase uma vintena de cidades, muitas vezes com peças diferentes em simultâneo. Um volume e qualidade de trabalho que já conquistaram alguns mecenas e que ajudam os projetos criativos da companhia a ter cada vez mais reconhecimento.

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Anne Frank – O Musical” foi a última grande produção, de criação própria, cujo sucesso de estreia, no Coliseu do Porto, no início deste ano, contribuiu para a fixação de inúmeras datas até 2025, em diversas geografias nacionais. Em outubro estreiam “Alice no Musical das Maravilhas” e no arranque de 2025 “O Livro da Selva – O Musical”. “Pinóquio – Um Musical para Sonhar” será outro dos destaques em cartaz no próximo Natal.

"São à volta de 20 atores que viajam pelo interior na zona do norte", refere Fernando Tavares, que também destaca o "camião cheio de cenografia e luz" que fazem questão de transportar para todas as cidades.

Um QR Code que leva o teatro para a sala de aula

Como novidade deste ano, a companhia criou um QR Code — que oferece aos professores que levam os alunos ao teatro — com atividades pedagógicas que prolongam o tema discutido na peça dentro da sala de aula. "É levar o teatro para fora da sala de espetáculos", diz o diretor.

"Agora queremos fazer teatro para adultos e para o secundário e começámos com Anne Frank, escrito pelo Helder Reis, apresentador da RTP, e está a correr muito bem. Este é um investimento que vai durar mais dois anos e estamos muito contentes", acrescenta o responsável.

Sobre futuras apostas não revela muito. Já compraram peças a companhias estrangeiras e fizeram as próprias — e no final das contas não fica mais barato comprar, reforça o diretor, pelo que esta é uma das razões que os leva a produzir mais um original em 2025.

Além de Hélder Reis enquanto escritor e guionista também faz parte da equipa da companhia André Ramos, músico e compositor, que passou pela London Symphony Orchestra, Philharmonia Orchestra, London Arts Orchestra e Hong Kong Sinfonietta, e desenvolveu trabalho para os maestros John-Elliot Gardiner, Paul Daniel e Leif Segerstam, entre outros.

Para seguir o trabalho da companhia é possível acompanhar as novidades no site oficial ou através das redes sociais, como o Instagram ou Facebook.