Segundo o presidente da Associação Nacional de Jovens Empresários (ANJE), entidade que desenvolve o projeto em parceria com a Associação Têxtil e Vestuário de Portugal (ATP), a situação não evoluiu e o evento, cuja 44.ª edição arrancou na quinta-feira e prolonga-se até domingo, ainda não tem perspetivas de novos concursos.
“Os fundos comunitários atrasaram-se bastante. Os projetos foram aprovados oficialmente quase nove meses depois [do previsto], o que criou uma pressão muito grande, e levou a que fizéssemos uma extensão para 2019, para conseguirmos executar parte da verba alocada para investimento”, referiu Adelino Costa Matos, à margem do terceiro dia do certame.
Segundo o dirigente da ANJE, a organização espera “a abertura de uma nova ‘call’” para se candidatar “para os próximos dois anos”, sendo que o biénio 2017/18 só foi aprovado a meio de 2018, “quando o processo já estava a acabar”.
“É muito difícil trabalhar assim. (...) Com estas dificuldades, ou avançamos por conta própria ou paramos [à espera do financiamento], e isso cria uma pressão enormíssima sobre todos, porque não sabemos se há verbas ou não”, explicou Adelino Costa Matos, que refere a possibilidade de ter de avançar com verbas de investimento durante um período de pelo menos “nove meses” até um novo financiamento.
Em janeiro, a porta-voz do Portugal Fashion, Mónica Neto, já tinha falado à Lusa dos atrasos no apoio a um projeto cofinanciado pelo Portugal 2020, no âmbito do Programa Operacional da Competitividade e Internacionalização - Compete 2020, através do Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional.
Os apoios comunitários que o Portugal Fashion recebe destinam-se, por exemplo, à organização de edições de promoção da moda portuguesa e eventos em Portugal, mas também em várias semanas de moda internacionais, bem como para participar em feiras nacionais e internacionais.
O secretário de Estado da Defesa do Consumidor, João Torres, visitou hoje a Alfândega do Porto, onde decorre a apresentação das propostas dos ‘designers’ para as estações mais frias, não querendo comentar a situação que, explicou, foi sinalizada como “normal”.
“Aquilo que me sinalizaram é que essa questão é relativamente normal, não é preocupante, e é ultrapassável, e não me parece ser alvo de nenhum comentário em particular, a não ser que é uma situação considerada normal por quem dinamiza o evento”, comentou, em declarações à Lusa.
O governante destacou “a grande preferência dos consumidores portugueses por produtos portugueses”, mas também a indústria da moda como um setor “que tem dado cartas muito significativas no mercado nacional, mas também na Europa e no mundo”.
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