A marca Maria Gambina, cuja mentora, a ‘designer’ Maria Gambina, esteve afastada cinco anos da apresentação individual de coleções para se dedicar ao ensino, regressa agora à 43.ª edição do Portugal Fashion, que arranca no Porto na quinta-feira e termina sábado, dia 20 de outubro.
Um dos destaques que a criativa de moda portuguesa assinalou hoje, em entrevista telefónica à agência Lusa, são os vestidos em 'patchwork' (técnica que une tecidos de retalho), por terem sido confecionados com as sobras da coleção “Construção”.
“Os meus dois últimos vestidos foram feitos com os desperdícios de todos os materiais da coleção. É um ‘patchwork’, onde tive de juntar materiais mais texturados com malhas, materiais impermeáveis e outros materiais mais finos, e onde tive que os ‘termocolar’ para que a diferença de peso não fosse muita nos vestidos e que tivessem o mesmo cair”, explica a ‘designer’.
Gambina, que foi professora e mentora de muitos dos novos 'designers' na moda portuguesa destes últimos anos e que se têm estreado na passarela do espaço Bloom do Portugal Fashion, vai na próxima sexta-feira, pelas 16:00, revelar a sua nova coleção, após a apresentação das coleções dos ex-‘bloomers’ Nycole (14:00), Inês Torcato e David Catalán (ambos às 15:00), e antes do também ex-‘bloomer’ Estelita Mendonça (17:00).
"Estive afastada cinco anos e durante esses cinco anos fui professora desses jovens", conta Maria Gambina, afirmando que "acha fantástico" estar inserida num alinhamento com os seus agora colegas de profissão. "Fico contente porque somos amigos, já não somos professora-aluno".
Gambina assume que enquanto professora sempre se dedicou a que as ideias dos alunos fossem exequíveis, algo que manteve a sua cabeça "ativa", "criativa" e com vontade de continuar a pesquisar para que as ideias deles fossem possíveis. "Para mim foi importante nesse sentido, porque me continua a fazer pensar muito no design e nunca me senti parada".
A coleção para verão partiu de “vários tipos de construções”, designadamente do processo criativo como ‘designer’, da construção ao nível de modelação e manipulação de detalhes e volumes, estando “ligada a alguma sinalética a obras em construção civil”, explicou a ‘designer’, que destacou a cor preta e branca como as principais desta coleção, onde haverá também apontamentos de “bege, amarelo, laranja e azul royal”.
Em relação às texturas, a “Construção” teve como parceiros as empresas Tintex (com uma fábrica de tricotagem de malhas), a Lemar (que usa exclusivamente fios certificados e de marcas registadas como lycras, micro poliésteres, algodões, nylons e fios técnicos) e a RDD (Research Design Development).
O Portugal Fashion levou à Moda Lisboa o desfile de Alexandra Moura, no passado dia 13 de outubro, ao abrigo de um protocolo celebrado em setembro entre aquelas duas entidades que promovem a moda portuguesa, e regressa esta semana ao Porto, a partir de quinta-feira, às 11:00, com o espaço Bloom, e terminando com os desfiles de Carla Pontes, Susana Bettencourt e TM Teresa Martins, este último previsto começar às 23:00.
Nesta 43.ª edição, o Portugal Fashion volta a reunir desfiles de vários criadores e marcas nacionais, com destaque para a estreia da dupla Marques’Almeida, para além das apresentações de Sophia Kah, Alves/Gonçalves, Carlos Gil, Diogo Miranda, Decénio, Estelita Mendonça, Hugo Costa, Luís Buchinho, Luís Onofre ou Miguel Vieira, Meam, Katty Xiomara, Nuno Baltazar, Storytailors, entre outros.
O último dia do Portugal Fashion, sábado, termina com os desfiles de Luís Buchinho (19:30), Alves/Gonçalves (21:00), Luís Onofre (22:00) e Júlio Torcato (23:00).
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