Dias depois da atuação no festival Laurus Nobilis, em Vila Nova de Famalicão, os Sinistro publicaram dois textos no Facebook a dar conta do “amanhecer de uma nova era” para a banda, com “novos desafios, novos capítulos, […] sem drama, um ciclo natural de evolução”.

“Sinistro não é uma pessoa específica, mas sim a junção e a vontade de fazer o que queremos fazer em termos artísticos e é exatamente isso que vamos fazer nos próximos meses, focados no novo álbum e na nossa própria visão”, pode ler-se numa mensagem assinada por Paulo Lafaia, Ricardo Matias e Rick Chain.

No seu próprio Facebook, a vocalista Patrícia Andrade agradeceu aos membros da banda e despediu-se: “Foi a maior aventura e viagem que fiz: a estrada, os lugares, as pessoas que conheci, o Amor e partilha que dei e recebi em palco. As notas que dei ao lado, as noites sem dormir, as olheiras disfarçadas com tinta robbialac, os tropeções em palco que se disfarçavam com o corpo em forma esquisita de dança, porque quase sempre tremi, com os pés, com os joelhos, com as mãos.”

Também Fernando Matias, membro fundador do grupo, desejou felicidades à banda nos seus novos moldes: “Foi uma das experiências mais enriquecedoras que já vivi e sei que vou sentir saudade dos momentos que partilhámos mas chegou a hora de seguir um caminho novo e abraçar novos projetos.”

Patrícia Andrade estreou-se com Sinistro no EP “Cidade”, lançado em 2013, um ano depois de a banda ter editado um disco homónimo quando era apenas um trio.

O álbum “Semente”, em 2016, já na editora francesa Season of Mist, determinou a internacionalização da banda, que atuou em palcos como os do festival holandês Roadburn ou do polaco Asymmetry, para além de digressões com nomes como Paradise Lost e Pallbearer.

“Semente” foi recebido de forma entusiástica pela crítica internacional (como Lars Gotrich, da norte-americana NPR, que descreveu a canção “Relíquia” como um “’showcase’ onírico da impressionante voz de Patrícia Andrade, que expressa uma mágoa resoluta em cada frase”) e por demais músicos, como o vocalista Nick Parker, que publicou no Twitter ter apreciado “Relíquia” e estar expectante em relação ao disco.

Em 2018, editaram “Sangue Cássia”, que incluiu uma versão de “Nothing Sacred”, precisamente de Paradise Lost.