“Vamos recorrer da sentença”, disse a produtora da Tornasol Films Mariela Besuievsky à agência Lusa, acrescentando que o tribunal se pronunciou em relação a um “contrato anterior” ao assinado entre a empresa espanhola e o realizador.
Para Mariela Besuievsky, o tribunal baseou-se num contrato que “nunca esteve vigente nem é válido”, tendo o filme sido feito com “outra estrutura de produção em que Paulo Branco não meteu dinheiro”.
“Paulo Branco foi o quinto produtor que tentou fazer o filme e não conseguiu encontrar o financiamento necessário. Fomos nós que conseguimos montar uma estrutura que financiou o filme e Paulo Branco não teve nada a ver, nem utilizámos nada da sua etapa”, insistiu a produtora espanhola.
Mariela Besuievsky sublinhou ainda que o juiz “advertiu" as duas partes de que esta resolução "não é firme”.
O produtor português disse na quinta-feira à Lusa que ia avançar com pedidos de indemnização aos produtores envolvidos no filme "O homem que matou D. Quixote", de Terry Gilliam (na foto), pelos prejuízos causados e pelas verbas já arrecadadas.
"Seguem agora os processos com os pedidos de indemnização dos prejuízos causados até agora e se alguém utilizar ou usurpar os direitos, os tribunais vão tomar conta disso", afirmou Paulo Branco.
Sem especificar o valor dos pedidos de indemnização, referindo apenas que são "extremamente avultados", Paulo Branco disse que a decisão é tomada depois de, na semana passada, a justiça espanhola ter confirmado "a plena validade do contrato de coprodução do filme 'O Homem que Matou D. Quixote', assinado no dia 09 de maio de 2016 entre a Alfama Films, a Tornasol Films e a Leopardo Filmes".
O realizador Terry Gilliam e o produtor Paulo Branco estavam numa disputa legal há longos meses por causa do filme "O homem que matou D. Quixote". O produtor português assinou contrato para produzir o filme, em 2016, mas o processo saiu gorado.
Terry Gilliam pediu a anulação do contrato de produção com a produtora Alfama Films, de Paulo Branco, e seguiu a produção e rodagem do filme com outros produtores.
Enquanto corriam processos judiciais no Reino Unido, em França e em Espanha, com Paulo Branco a ver confirmada a validade do contrato assinado, o filme teve a estreia mundial em maio no Festival de Cinema de Cannes (França), integrou outros festivais (Austrália e República Checa, por exemplo) e chegou às salas de cinema em França e em Espanha.
Em Portugal, não há ainda data de estreia comercial do filme, disse à Lusa fonte da NOS.
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