Cartas contra a humanidade. Cards Against Humanity é um jogo de cartas norte-americano cujo objetivo é ser o mais ofensivo, perturbador, escatológico e ridículo possível. É um jogo horrível, terrível, mas divertido na sua batalha contra o politicamente correto.
As campanhas da empresa costumam dar que falar e a proposta para este natal não é exceção. Este ano, vão salvar os Estados Unidos da América, por apenas 15 dólares, qualquer coisa como 12,75 euros.
Com esta promoção da quadra festiva, a empresa promete seis surpresas. E quais são as seis surpresas? Bom, por agora só se conhece uma (já lá vamos). É que, diz a Cards Against Humanity, “a natureza de uma surpresa é surpreender quando acontece”.
Explicam, porém, que querem salvar a América “da injustiça, das mentiras, do racismo, de toda essa enchilada”.
Entretanto os packs para salvamento de superpotências já esgotaram, mas aos que os encomendaram, a empresa promete um mês de dezembro com muitas surpresas.
A primeira é um pedaço de terra no sul dos Estados Unidos. Esse terreno, na fronteira com o México, por onde Donald Trump quer fazer passar um muro, é agora, diz a empresa, propriedade da Cards Against Humanity, que contratou uma equipa de advogados especializados em expropriações. O objetivo? Fazer com que a construção do muro seja cara e morosa.
A empresa não diz especificamente onde se localiza este terreno, porém, pelas imagens do vídeo, há de ter cavalos a correr livres por campos desafogados.
Algures durante o próximo mês, os clientes vão receber “um mapa ilustrado do terreno, um certificado [com a] promessa de lutar contra o muro, algumas cartas novas e mais algumas surpresas”, promete a empresa.
Das restantes surpresas, sabemos apenas que “não têm conteúdo sexual, violência gráfica ou vídeos de Donald Trump a ver prostitutas a urinar numa cama onde dormiu Obama. Têm, porém, algumas palavras marotas”,
Um dia depois de ter sido posta à venda: o pacote para salvar a América estava esgotado, anunciou a empresa.
No vídeo que acompanha a promoção, temos um documentário do futuro, com millenials que adoram abacate a usar uma tecnologia em voga nestes dias, a Internet, para salvar o mundo.
O tom do documentário é sombrio. Após a eleição de Donald Trump, os Estados Unidos colapsaram. Afundaram-se sob o peso das alterações climáticas, do racismo, de explosões… É o fim do império.
Mas houve uma luz de esperança: a Cards Against Humanity e a sua promoção natalícia, com a solução para o fim do mundo, perdão: para o fim dos Estados Unidos.
É que esta oferta estava reservada aos norte-americanos. “Isto é o Cards Against Humanity salva a América, não Cards Against Humanity salva o país parvo em que vives”, pode ler-se no site da campanha.
Recorde-se que em 2014, por altura dos descontos da Black Friday, a empresa vendeu “literalmente fezes de um verdadeiro boi”, por cerca de 5,10 euros (6 dólares). Houve 30 mil pessoas interessadas no produto.
O ano passado a campanha de natal incluiu a escavação de um buraco. Só isso. Um buraco sem objetivo ou função.
Nem tudo são brincadeiras. A empresa tem feito campanhas contra a discriminação salarial com base no género e também angariações de fundos para bolsas destinadas a mulheres na ciência.
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