Para a Associação Cultural, Desportiva e Recreativa de Vale Pradinhos, o nome é apenas um chamativo que tem dado resultado de ano para ano, com forasteiros de várias zonas do país, e não só, a garantiram o propósito da iniciativa que é animar a envelhecida aldeia transmontana.

O recorde da açorda dependerá, no sábado, da vontade dos provadores, com Carlos Ventura, membro da associação, a deixar apenas uma certeza: “cá, em Portugal ninguém faz uma açorda como a nossa”.

Carlos Ventura é biólogo e dedica-se à área da micologia. Ele e um grupo de amigos decidiram há sete anos avançar com uma iniciativa em torno deste recurso abundante de Trás-os-Montes, que são os cogumelos silvestres, e lançaram o repto às pessoas da aldeia.

A açorda é, desde o início, o prato do evento que começou por servir para fazer recolha e identificação de cogumelos seguida de um convívio.

De ano para ano a palavra foi-se espalhando, nomeadamente nas redes sociais e o chamativo leva a Vale Pradinhos gente de Lisboa, Porto, Aveiro, Celorico de Bastos e até da Rússia e do Egito, segundo Carlos Ventura.

Para sábado, como disse à Lusa, são esperados 100 participantes, num dia que começa de manhã cedo com a saída para a apanha micológica. Segue-se a a identificação das espécies recolhidas e um 'workshop' sobre a temática.

A partir da tarde, no núcleo museológico da aldeia, a típica lareira irá alimentar o pote gigante onde será confecionada a açorda de cogumelos.

A ementa tem também outras opções à base dos cogumelos, mas a açorda tem sucesso assegurado, segundo a organização, a avaliar pelo ano passado em que o primeiro pote foi esvaziado em minutos e foi necessário cozinhar nova a “fornada”.

Cogumelos não vão faltar, segundo Carlos Ventura, graças ao ano chuvoso que fez despontar a variedade de fungos que existe nos campos transmontanos.

A manhã de sábado, acredita, será suficiente para recolher a quantidade necessária numa saída de campo, que tem também o propósito de ensinar a colher e a preocupação ambiental de ir apanhando lixo por onde passam.

À centena de participantes esperada juntam-se os cerca de 50 habitantes da aldeia, a esmagadora maioria idosa que neste dia tem oportunidade de conviver com mais novos e gente de outras paragens.

A alegria dos residentes com este convívio é para os organizadores o recorde que querem bater de ano para ano.