"A sardinha é a página da frente do arraial", contou à agência Lusa Raquel Chaves, de 31 anos, responsável pelo “Retiro Tia Alice", em pleno bairro de Alfama, na freguesia de Santa Maria Maior, em Lisboa.

A comerciante afirmou que o preço da sardinha "subiu um pouco", em relação ao ano anterior, mas houve necessidade de manter a 1,50 euros a unidade - vendida no pão - porque, este ano, a adesão por parte dos turistas "está fraca só por si".

"Nota-se bastante, tanto nas mesas como na rua", lamentou.

Raquel Chaves assegurou que "a sardinha continua a ser o mais vendido, mas há uma quebra nos outros produtos", e que o “Retiro da Tia Alice" compra congelada, uma vez que a fresca "não vale a pena, porque fica seca quando vai à chapa".

Os turistas estrangeiros continuam a ser o principal público a passar pelo arraial de Alfama, mas há um ano "havia mais afluência de pessoas", assegura a comerciante.

Mais acima, no “Retiro da Recoqueira", Ana Palma, de 34 anos, disse à Lusa que o negócio este ano "tem corrido bem", mas "não se tem visto tantas pessoas como nos outros anos".

"Não sei se é por haver mais arraias por Lisboa", questionou.

A sardinha também está a 1,50 euros a unidade e a comerciante vincou que "há sete anos que está igual".

"As pessoas já se queixam que vir aos santos é caro. Enquanto der para manter, vamos deixar assim o preço", justificou Ana Palma, elencando que também compram sardinha congelada "porque é mais prático".

Pelo retiro da "Recoqueira" já passou "um pouco de tudo", inclusive turistas das zonas “do Alentejo e do Porto".

Cecília Lopes é a responsável pelo “Retiro Tia Beatriz" e assegurou que a sardinha está também a 1,50 euros, um preço que considera ser "acessível".

A responsável de 59 anos assegurou que as restrições à pesca da sardinha não afetaram o negócio e que no “Retiro da Tia Beatriz" também se optou pela sardinha congelada.

"Nós aqui trabalhamos mais à base de sardinha congelada, mas boa", assegurou a comerciante, esclarecendo que "os clientes já estão habituados".

O mais pedido "é sempre a sardinha", mas houve "um bocadinho de quebra" no volume de vendas em relação ao mesmo período no ano passado.

Cecília Lopes saiu de Alfama e mudou-se para uma habitação social, na Rua dos Sapadores, e explicou à Lusa que regressar para as Festas de Lisboa dá "um pouco mais de alegria por não viver cá".

“ [O negócio] já vem dos nossos antepassados e vai passando para os nossos filhos", rematou.

O “Retiro Mãe e Filhos", localizado no centro do arraial de Alfama, é um dos mais procurados pelos turistas, e Tina Costa, a responsável, diz que a sardinha está entre um euro e 1,50 euros.

O peixe é "fresco" e a comerciante de 59 anos disse à Lusa que por dia são vendidas "umas cinco caixas", levando cada “à volta de dez quilos".

Apesar de a sardinha ter saída para os turistas que visitam o bairro, o negócio "vai andando devagarinho".

"Acho que o ano passado foi o melhor", confessou Tina Costa, afirmando que espera "uma quebra" depois do feriado municipal, na quarta-feira.

Os turistas estrangeiros são os que mais visitam o bairro de Alfama, "mas o português vem sempre".

O ponto alto das Festas de Lisboa deve acontecer entre terça-feira e quarta-feira, e até ao final do mês há arraiais por toda a cidade.

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