A tela com as dimensões de 250 por 100 centímetros, representando uma sargaceira do Minho, esteve recentemente patente na exposição “José de Almada Negreiros: uma maneira de ser moderno”, na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa, que foi vista por 135.000 pessoas.

“Esta emblemática obra representando uma figura feminina – quase à escala natural –, sob o traje tradicional de apanha do sargaço, foi inicialmente apresentada por Almada Negreiros na Exposição dos Artistas Modernos Independentes, organizada em 1936 por um grupo de artistas que pretendiam demarcar-se das exposições de Arte Moderna promovidas pelo Secretariado da Propaganda Nacional do regime de Salazar”, afirma a leiloeira Veritas em comunicado.

Sobre a tela, Mariana Pinto dos Santos, curadora da exposição “José de Almada Negreiros: uma maneira de ser moderno”, referiu que a “monumentalização escultórica de uma mulher do mar” e o contexto político de apresentação de “A Sargaceira” marcam um “momento historiográfico importantíssimo de reação, afronta e afirmação de independência do artista Almada Negreiros”.

A tela de Almada Negreiros (1893-1970) vai a leilão na próxima terça-feira, ao lado de outros lotes como o óleo "Diane et Actéon", de Júlio Pomar, a fotografia "Lavada em lágrimas", de Helena Almeida, a tela "Bodegón Gletscher", de Miquel Barceló, "Milão (última Ceia)", de Vik Muniz, e um guache sem título assinado por Maria Helena Vieira da Silva, que tem uma base de licitação entre os 35.000 e os 65.000 euros, anunciou a leiloeira.

O óleo sobre tela de Júlio Pomar tem uma base de licitação entre os 80.000 e os 120.000 euros, enquanto a fotografia a preto e branco de Helena de Almeida vai à praça com um valor-base de 36.000 euros.

"Milão (Última Ceia)", do tríptico da série "Pictures of Chocolate", de Vik Muniz, tem uma base de licitação entre os 50.000 e os 80.000 euros.

De Barceló, "Bodegón Gletscher”, técnica mista sobre tela, vai à praça com uma base de licitação entre os 140.000 e os 220.000 euros.