A trilogia original de "O Senhor dos Anéis", baseada nos romances de J.R.R. Tolkien, estabeleceu um novo padrão de qualidade no que às adaptações literárias diz respeito. Lançados entre 2001 e 2003, os filmes de Peter Jackson arrebataram 17 Óscares da Academia e renderam quase 3 mil milhões de dólares — tendo custado, todos juntos, 281 milhões de dólares a produzir. Volvidos 20 anos, estamos perante a estreia de "O Senhor dos Anéis": Os Anéis do Poder", série da Prime Video, que vai tentar igualar todo este sucesso.
Alegadamente, e a fazer jus ao que se escreve na imprensa internacional, é a série mais cara de sempre — só a primeira temporada, que estreou esta sexta-feira, terá custado qualquer coisa como 465 milhões de dólares. E, atenção, nestes milhões todos não estão contemplados os 250 milhões pagos à entidade que gere o património de Tolkien pelos direitos de adaptação (a Tolkien Estate). Isso são contas à parte. No entanto, ainda que assim seja, este dinheiro todo quer dizer uma coisa: a Amazon quer deixar a sua marca e bater o pé no campo de batalha das Streaming Wars.
Desde o anúncio oficial de "O Senhor dos Anéis": Os Anéis do Poder", que o burburinho rapidamente virou eco de megafone, criando um misto de alegria e desconfiança entre os fãs dos livros, dos filmes e de todos aqueles que estão no meio destes dois grupos. Basta ler os comentários dos trailers e notícias para perceber que é difícil encontrar um consenso acerca da série — o que torna a missão dos showrunners JD Payne e Patrick McKay ingrata logo à partida ingrata. Apesar do cheque em branco, vão pegar num legado pesado. Tanto cinematográfico como literário. E, claro, cultural.
Nesta prequela da trilogia original, recuamos milhares de anos antes dos eventos de "The Hobbit" e de "Senhor dos Anéis" para darmos conta dos obstáculos que se vão intrometer no caminho dos protagonistas (vamos conhecer novos e rever caras conhecidas) à medida que estes se confrontam e debatem com o tão temido ressurgimento do mal. Está, portanto, marcado o regresso à Era em que Elfos, Numeronianos, Homens do Sul, Harfoots e anões partilhavam a Terra Média.
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