“Super Natural”, que fez parte do programa Fórum do festival, habitualmente destinado a produções mais experimentais ou que expandam as convenções sobre ficção e documentário, foi distinguido com o Prémio da Federação Internacional de Críticos de Cinema (Fipresci).

Para Jorge Jácome, citado num comunicado hoje divulgado pela produtora Ukbar Filmes e a distribuidora Portugal Film, “receber este reconhecimento por parte da Fipresci é realmente especial e uma grande honra”.

“Super Natural”, a primeira longa-metragem de Jorge Jácome, estreou-se na sexta-feira em Berlim, e terá a última exibição no festival no sábado, no cinema CinemaxX5.

O realizador explicou, em entrevista à Lusa, que o filme começou por ser um projeto de um espetáculo de palco do Teatro Praga com a associação madeirense de arte inclusiva Dançando com a Diferença, para se estrear em 2020, não tivesse acontecido uma pandemia.

“Juntei-me ao projeto e repensámos tudo para que as ideias pudessem ser transformadas num filme. Estivemos duas semanas na Madeira a filmar com os intérpretes e depois foi um processo gradual de montagem, coescrita, para chegar a este resultado final”, contou na altura Jorge Jácome.

A estreia do filme em Berlim contou com a presença da equipa e dos elementos da Dançando com a Diferença.

O realizador brasileiro Bruno Ribeiro recebeu o Prémio do Júri de Melhor Curta-Metragem por "Manhã de domingo".

O júri da 72.ª edição da Berlinale, presidido pelo realizador M. Night Shyamalan, entregou o prémio maior, o Urso de Ouro de Melhor Filme, à produção espanhola "Alcarràs", de Carla Simón.

A cineasta francesa Claire Denis recebeu o Urso de Prata de Melhor Realização, por "Avec amour et acharnement", enquanto "The Novelist's Film", de Hong Sangsoo, da Coreia do Sul, teve o Grande Prémio do Júri.

O prémio de Melhor Interpretação foi para a atriz alemã Meltem Kaptan, pelo desempenho em "Rabiye Kurnaz vs. George W. Bush", de Andreas Dresen, que também recebeu o prémio de Melhor Argumento.

O Urso de Ouro de Melhor Curta-metragem foi para a produção russa "Trap", de Anastasia Veber.

O prémio de Melhor Documentário foi para "Myanmar Diaries", co-produção russa e neerlandesa.

"Myanmar Diaries" é uma obra coletiva de denúncia da violência na vida quotidiana no país, na sequência do golpe militar de fevereiro de 2021, contado através de histórias pessoais por um grupo de jovens cineastas anónimos.

A programação da 72.ª edição do festival de cinema de Berlim incluiu mais dois filmes portugueses no programa Fórum: o documentário “Terra que marca”, de Raul Domingues, e “O trio em mi bemol”, de Rita Azevedo Gomes, a partir de uma peça de Éric Rohmer.

A estes juntou-se a coprodução luso-brasileira “Mato Seco em Chamas”, de Adirley Queirós e Joana Pimenta, e o filme “The Maji-Maji Readings”, do cubano Ricardo Bacallao, com a participação da artista portuguesa Grada Kilomba.

Na competição oficial de curtas-metragens esteve “By Flávio”, de Pedro Cabeleira.

Os filmes “Aos dezasseis”, de Carlos Lobo, e “Águas do Pastaza", de Inês T. Alves, rodado na Amazónia, estiveram na secção competitiva Generation.

A série “Vanda”, criada por Patrícia Muller, com realização de Simão Cayatte, foi selecionada para o ‘mercado de séries’.

O ator João Nunes Monteiro esteve no programa europeu de talentos “Shooting Stars”.

No programa Geração 2022 foi exibido “Nada para ver aqui”, do realizador belga Nicolas Bouchez, uma coprodução entre Portugal, Bélgica e Hungria, que foi distinguido com uma Menção Especial, para curta-metragem, pelo júri da competição 14plus, que considerou aquela coprodução “uma obra de arte”, de acordo com a organização do festival, num comunicado hoje divulgado.