“O Teatro Maria Vitória reabriu sem nenhum apoio do Estado”, adiantou a casa de espetáculos, em comunicado, garantindo ter apenas “duas escolhas: abrir e assumir o risco, que é altamente elevado, ou fechar definitivamente as portas”.
A companhia retomou “Pare, Escute e…Ria!”, “uma luxuosa revista à portuguesa”, suspensa desde março por causa da resposta à pandemia da covid-19, que surge agora com “novas rábulas e um elenco renovado”, segundo o produtor.
A revista cumpre a tradição e aborda a atualidade social e política, “tanto de Portugal como do resto do mundo”, pondo em palco quadros com personagens de Ricardo Salgado, Joe Berardo, Jair Bolsonaro, Joacine Katar Moreira e Greta Thunberg, “entre muitos, muitos outros”.
O elenco conta com Paulo Vasco e Miguel Dias, Paula Sá, Cátia Garcia, Carla Janeiro, Pedro Silva e Fátima Severino.
A encenação é de Flávio Gil, que partilha a autoria com Miguel Dias e Renato Pino.
A música de cena é de Eugénio Pepe, compositor que morreu no ano passado pouco antes da estreia do espetáculo, e de Miguel Dias, com orquestrações de Carlos Pires.
“Pare, Escute e…Ria” estreou-se em 04 de setembro de 2019, e manteve-se em cena até ao fecho da atividade, em março, pouco antes da declaração do estado de emergência.
O Teatro Maria Vitória foi o primeiro surgido no Parque Mayer, em Lisboa. Inaugurado há quase cem anos, em 01 de julho de 1922, com o espetáculo “Lua Nova”, antecedeu a abertura das outras salas locais dedicadas ao teatro de revista, os teatros Variedades e ABC, este já demolido. Antecedeu também a construção do cineteatro Capitólio, que, reabilitado, regressou à atividade em 2017.
O Maria Vitória está entre os oito teatros que anunciaram, na semana passada, homenagear o ator Bruno Candé, assassinado em julho, na quinta-feira, no dia 18 de setembro, e solidarizar-se com a sua família, entregando-lhe a receita de bilheteira.
Bruno Candé completaria 40 anos nesta data.
Além do Teatro Maria Vitória, a homenagem ao ator conta ainda com os teatros municipais de Lisboa São Luiz, Maria Matos e Teatro do Bairro Alto, com o Teatro Municipal do Porto, com o Teatro da Politécnica, também em Lisboa, que acolhe a companhia Artistas Unidos, e com o espaço CAL – Primeiros Sintomas.
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