Depois de um trimestre em que o repertório orquestral dominou as propostas, “o canto marcará uma forte presença” nos três primeiros meses de 2021 da Gulbenkian Música, culminando na “Paixão Segundo São Mateus”, de Johann Sebastian Bach, a apresentar nos últimos dias de março, em vésperas da Páscoa.
A estreia mundial de “Reverdecer”, concerto para violoncelo e orquestra de Andreia Pinto-Correia, é igualmente destacada na programação, assim como a apresentação de obras como “Noites de Verão”, de Hector Berlioz, e a 4.ª Sinfonia de Mahler, com o seu 4.º andamento cantado, que mantêm o Coro e a Orquestra Gulbenkian na primeira linha dos concertos no seu Grande Auditório, em Lisboa.
O mês de janeiro abre com o Concerto de Ano Novo e um programa dedicado ao repertório clássico e romântico (ainda a anunciar), a apresentar nos dias 06 a 08. Será solista a soprano Siobhan Stagg, com a orquestra dirigida pela maestrina Elena Schwarz.
O maestro titular, Lorenzo Viotti, propõe “Uma Noite na Ópera”, para os concertos de 13 a 15 de janeiro, com a soprano Ailyn Pérez, a meio-soprano Margarita Gritskova, o tenor Joshua Guerrero e o barítono Roman Burdenko.
Viotti regressará ao Grande Auditório, para dirigir de novo a Orquestra Gulbenkian, em mais dois programas: o primeiro, nos dias 21 e 22 de janeiro, com a 6.ª Sinfonia de Tchaikovsky e uma das obras iniciais de Anton Webern, “Langsamer Satz” (“Andamento Lento”, em tradução livre), composta para quarteto de cordas, que surgirá na versão para orquestra, de Gerard Schwarz; o segundo, nos dias 27, 29 e 30 de janeiro, dedicado a canções de Gustav Mahler e de Richard Strauss (de quem também serão interpretadas as “Metamosfoses”), com a soprano Sabine Devieilhe e o barítono Lauri Vasar.
Nos dias 11 e 12 de fevereiro, o pianista András Schiff interpretará, como se lê na apresentação, “duas peças maiores do repertório pianístico mundial”: a Sonata em Ré maior D.850, de Franz Schubert, e a Abertura Francesa BWV 831, de JS Bach. András Schiff encontra-se entre os grandes intérpretes mundiais, em particular de Beethoven e Schubert.
O maestro John Nelson, um dos mais premiados e elogiados pela crítica, na atualidade, sobretudo pelas interpretações de Berlioz, dirige em Lisboa a Orquestra Gulbenkian exatamente numa das obras-chave do compositor francês: o ciclo de canções “Noites de Verão”, para orquestra, sobre poemas de Théophile Gautier, com a meio-soprano Christine Rice e o tenor Nicholas Phan. Especialista em repertório romântico, John Nelson dirigirá também a 2.ª Sinfonia de Robert Schumann. Os concertos estão marcados para 25 e 26 de fevereiro.
Em 2017 e 2019, John Nelson escolheu o Coro Gulbenkian para duas das suas mais premiadas gravações de Berlioz: “A Danação de Fausto” e “Os Troianos”.
Nos dias 11 e 12 de março, a Orquestra Gulbenkian, com o violinista André Gaio Pereira e o maestro José Eduardo Gomes, interpretará obras de Arvo Part, Gyorgy Ligeti e Arnold Schoenberg.
De 17 a 19 de março, o regente Giancarlo Guerrero, maestro convidado principal da Gulbenkian, dirigirá, como se lê nas notas do programa, “uma das obras–primas do reportório sinfónico mundial”: a 4.ª Sinfonia de Mahler, na versão para orquestra de câmara, de Erwin Stein, com a soprano Julia Kleiter a cantar “A Vida Celestial”, último andamento da obra.
A violinista Isabelle Faust, outra das mais destacadas intérpretes da atualidade, apresentar-se-á com o seu octeto, “composto por músicos de exceção”, como destaca o serviço de música da Gulbenkian, grande parte dos quais solistas da Freiburger Barockorchester. Em conjunto vão oferecer “uma das obras mais celebradas obras na música de câmara”, o Octeto em Fá maior, de Franz Schubert. Será nos dias 24 e 25 de março.
Pouco depois, em 29, 30 e 31 de março, realizar-se-á o Concerto de Páscoa, sob a direção de Michel Corboz, maestro titular do Coro Gulbenkian. A apresentação do concerto adianta será apenas interpretada a segunda parte da “Paixão Segundo São João”, de Bach, por causa das regras impostas pelo combate à pandemia. Serão solistas a soprano Ana Quintans, a contralto Helena Rasker, os tenores Tuomas Katajala e Marco Alves dos Santos e os barítonos Benjamin Appl e Huw Montague Rendall.
A programação da orquestra prevê ainda a estreia do Concerto para violoncelo “Reverdecer”, de Andreia Pinto-Correia, dirigido por Nuno Coelho, com Jay Campbell como solista, em 04 de fevereiro, com nova apresentação no dia seguinte. O programa inckui ainda a 4.ª Sinfonia de Brahms. A estreia resulta da parceria com a Orquestra Sinfónica do Estado de São Paulo, Brasil.
A iniciativa Rising Stars, dedicada a jovens artistas em ascensão, realizar-se-á este ano em ‘livestream’, em parceria com algumas das principais salas europeias de concerto, como o Barbican Centre, em Londres, a Filarmonia de Colónia, a Filarmonia de Hamburgo, a Cité de la Musique, em Paris, e o Palau de la Musica Catalana, em Barcelona. A percussionista Vanessa Porter, a violinista Diana Tishchenko, o barítono James Newby e o quarteto Aris Quartett são algumas das jovens ‘estrelas’ anunciadas.
A programação Gulbenkian Música para o primeiro trimestre de 2021 mantém os concertos comentados de domingo, no Grande Auditório, e o Coro Gulbenkian continuará a apresentar-se em pequenas formações, num ciclo de concertos gratuitos, também aos domingos, à hora de almoço.
A programação da Temporada Gulbenkian Música ficará disponível no ‘site’ da fundação, hoje, a partir das 10:00.
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