A arqui-rival de Joe Exotic, Carole Baskin, apresentou uma ordem judicial num tribunal da Flórida contra a Netflix e os produtores de "Tiger King", série que virou fenómeno de popularidade no início da pandemia.

A fundadora do "santuário para felinos exóticos" que dá pelo nome de "Big Cat Rescue" e o seu marido, Howard Baskin, acusam a produtora Royal Goode Productions e a gigante de streaming de quebra de contrato pelo facto de terem utilizado imagens antigas do casal no trailer de promoção de "Tiger King 2", da qual não fazem parte ou fizeram qualquer colaboração.

De acordo com a revista especializada Variety, o processo foi apresentado em tribunal na segunda-feira, com o casal a argumentar que assinaram documentos que apenas permitem a utilização da sua imagem em contexto da primeira temporada — que Carole Baskin catalogou como sendo um reality show de "fogo de lixeira". Ou seja, os Baskin pretendem que a produtora e a Netflix retirem tudo o que é imagem sua dos conteúdos de "Tiger King 2".

Porquê? Segundo a ação judicial, por a primeira temporada ser enganadora na sua representação das operações do santuário Big Cat Rescue, na medida em que sugere que os animais são maltratados no local. Mas não só. Carole Baskin considera igualmente que os primeiros episódios a implicam perniciosamente no desaparecimento do seu primeiro marido, em 1997.

A segunda temporada desta série de acontecimentos reais (mais estranhos e bizarros do que uma obra de ficção) tem estreia marcada para o próximo dia 17 de novembro.

Tiger King 2: Mais loucura à vista?

Os novos episódios de "Tiger King", série que cativou milhões em todo o mundo no início da pandemia, prometem "mais loucura e confusão". Ou assim diz a promoção do novo trailer. "Pensávamos que o caos tinha acabado. Mas só arranhámos a superfície", pode ler-se na descrição oficial do vídeo de promoção no YouTube.

As imagens revelam ainda Carole Baskin, mas a própria revelou à Fox Business que não participou na segunda temporada pelo facto de não ter gostado da forma como foi apresentada na série e fala em "falso retrato" da sua personalidade.

Os realizadores Eric Goode e Rebecca Chaiklin regressam para assumir o leme dos novos episódios de "Tiger King 2", que a Netflix está promover como sendo "a continuação de um fenómeno cultural".

A primeira temporada, que acompanha Joe Exotic, foi vista por 64 milhões de subscritores durante as primeiras quatro semanas que esteve disponível na plataforma, em março de 2020.

Tiger King: Morte, Caos e Loucura

A série documental acompanha a vida de Joseph Maldonado-Passage (conhecido por Joe Exotic, hoje com 58 anos), dono de um jardim zoológico com tigres e outros animais exóticos, que acabou detido em 2018 e condenado a 22 anos de prisão um ano mais tarde por tentar planear o assassinato da sua rival Carole Baskin, dona de outro parque de grandes felinos e defensora dos direitos dos animais — e quem acusava de ter atirado o corpo do seu primeiro marido aos tigres. Baskin criticava há vários anos os métodos de Maldonado-Passage, principalmente a criação excessiva de felinos e os maus-tratos, que levaram à morte de vários animais.

Exotic está a tentar reduzir o tempo da pena e vendeu o zoo a Jeff e Lauren Lowe, que também protagonizam a série.

Em janeiro, um juiz federal de Oklahoma ordenou aos novos donos que entregassem os animais por violação da Lei de Espécies Ameaçadas. Segundo os relatos de um agente especial do Serviço de Pescas e Vida Selvagem, o parque criava grandes felinos sem os cuidados adequados e sem prestar informações sobre os filhotes, como é exigido perante a lei. "Os animais correm um grande risco de sofrer mais danos e maus-tratos se não forem apreendidos", adverte a declaração.

Já os Baskin colaboraram recentemente com o realizador Michael Webber no documentário ambientalista "The Conservation Game".