“A Lionsgate retira de imediato o nosso ‘trailer’ de ‘Megalopolis'”, afirmou um porta-voz da empresa, em comunicado enviado à Associated Press.

“Apresentamos as nossas sinceras desculpas aos críticos envolvidos e a Francis Ford Coppola e à [produtora] American Zoetrope por este erro indesculpável no nosso processo de verificação. Nós errámos. Lamentamos”, lê-se no comunicado.

O ‘trailer’, lançado no próprio dia em que foi retirado, incluía citações falsas de críticos como Pauline Kael e Roger Ebert a enxovalharem, à época em que foram lançados, filmes anteriores de Coppola, como “O Padrinho” e “Apocalypse Now”, considerados das maiores obras-primas do cinema.

A intenção seria destacar a divisão da crítica, inclinando-se para algumas das reações mais negativas a “Megalopolis”, filme autofinanciado por Coppola com 120 milhões de dólares e estreado em Cannes este ano, sob um coro em regra negativo por parte da crítica.

O crítico da Variety Owen Gleiberman, que viu frases inventadas serem atribuídas a textos seus no ‘trailer’ de “Megalopolis”, disse, citado pela publicação: “Mesmo se és uma daquelas pessoas que não gosta de críticos, pouco merecemos que nos ponham palavras na boca. O escândalo trivial de tudo isto é que todo o ‘trailer’ está assente numa falsa narrativa”.

“Os críticos adoraram ‘O Padrinho’. E apesar de ‘Apocalypse Now’ ter gerado divisão, recebeu muito apoio fundamental da crítica. Quanto a eu ter classificado ‘Drácula’ como ‘uma linda confusão’, quem me dera ter dito isso. Em relação a esse filme, soa generoso”, acrescentou o crítico.

“Megalopolis” demorou décadas a ser produzido e tem estreia prevista para o final de setembro nos EUA. Em Portugal, a Midas Filmes apontava a estreia para outubro.

Recentemente, foi divulgado que a produção de “Megalopolis” foi investigada por alegada má conduta do realizador durante as filmagens, depois de terem sido divulgados vídeos de Coppola a abraçar e beijar figurantes.

Francis Ford Coppola, de 85 anos, é um dos maiores nomes do cinema norte-americano do século passado, com uma série de filmes da sua autoria a constarem repetidamente das listas de melhores obras de sempre, desde “O Padrinho” (1972) e a sua primeira sequela (1974) a “O Vigilante” (1974) e “Apocalypse Now” (1979).