“Um, dois, três, macaquinho de chinês”. O grito deriva de um jogo que muitas crianças conhecem e jogam. Os seguintes carateres, no entanto, destinam-se às mães e pais, embora tenham os mais pequenos como destino final. E o macaquinho, que está inscrito no nome de batismo desta marca, não é chinês. É bem português.
A “Macaquinhos” é uma nova marca de roupa de criança, “100% portuguesa, personalizada e feita à mão”. Quem o diz é Eduarda Carvalho, dona e criadora da marca.
O empreendedorismo nasceu de uma necessidade que casou com um desejo já antigo. Depois de uns anos largos dedicados ao jornalismo (no Diário Económico e na Económica TV), a queda no desemprego, por um lado, e maternidade, por outro, despertou-lhe o olho para o negócio.
Com mais tempo disponível para si colocou em prática a arte e o engenho que tinha na cabeça. Foi então a uma marca de roupa que se agarrou, enquanto se mantém paralelamente como consultora de comunicação colunista no Jornal Económico, onde escreve sobre Marcas.
O nome foi encontrado em casa. “É um nome que carinhosamente chamamos ao nosso filho e percebemos que muitos outros pais o fazem”, explica.
A estratégia segue alinhada com a carreira profissional. “Tento colocar em prática tudo o que aprendi sobre marcas ao longo de 10 anos enquanto jornalista”, atira, reconhecendo ter-se deparado “também com as dificuldades que todas elas enfrentam”.
Com o público-alvo definido entre os 0 e os 5 anos (para os mais velhos só mesmo por encomenda), os desenhos saem todos da mão de Eduarda Carvalho. Os tecidos, muitos deles, são importados “por uma questão de garantir maior exclusividade nos padrões”. Em Leiria, é uma costureira que os produz. “Tudo peças de algodão”, garante.
Ursos, pássaros, alces e pinguins, numa selva em que o Macaco é rei
Na marca que nasceu este ano, na segunda coleção, os animais estampados continuam uma constante, tal como tinham sido na roupa de primavera-verão, dando seguimento a um "fungagá da bicharada" pincelado com figuras geométricas. Para o tempo frio, há ursos, pássaros, pinguins, alces e o óbvio, o macaco.
A culpa desta vida animal a servir de segunda pele é do Zé e da Maria. Assim escreve Eduarda Carvalho no site da marca, contando a história por detrás dos padrões. Mas não só. Na narrativa entra a dificuldade que encontrou quando lidou com os primeiros anos de maternidade na procura de roupa para os seus.
Nesta marca “não vão encontrar só azul ou rosa bebé e haverá sempre preto em algumas peças”, frisa. Reconhecendo que não “é uma cor consensual”, diz gostar “especialmente” desta tonalidade, um tom que teve sempre “dificuldade em encontrar” para o filho”, razão pela qual faz “questão de o ter em todas as coleções”. E é a pensar em todas as mães que a marca aposta em muitas peças unissexo.
Sem egocentrismos, na paleta de cores cabem muitas outras e diversos padrões, tendo sempre em mente “o que as crianças gostariam de vestir se pudessem ser elas a escolher”.
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