“Uma rave e três exposições”. Pedro Gadanho, diretor do Museu de Arte, Arquitetura e Tecnologia (MAAT), em Lisboa, resume, desta forma, a programação das celebrações do primeiro aniversário deste espaço multicultural.
O arranque das festividades do museu que recebeu mais de meio de milhão de visitantes no primeiro ano de abertura ao público começa às 23h00 de 4 de outubro com música eletrónica, cruzada com artes visuais e performativas.
Moullinex, o alter ego do produtor, DJ e músico Luís Clara Gomes, apresentará o terceiro álbum, HYPERSEX, no Project Room, espaço onde habitualmente se contemplam outras manifestações culturais e que será convertido numa enorme pista de dança, decorada com objetos artísticos e documentais de artistas, designers gráficos e ilustradores.
Com convidados especiais, em que se destacam as performances de Ghetthoven e a apresentação de Velvet N’Goldmine de Aurora Pinho, a maratona de DJ sets protagonizada por conhecidos nomes do panorama nacional segue até às 8h00 da manhã do dia 5 de outubro. A essa hora a programação especial do MAAT muda de tema e de “tribo”, deixando para trás o cenário de noite.
Um “Big Brother” na Ponte 25 de Abril. Filmes e exposições para celebrar
Ao longo do dia, com entrada gratuita, há espaço para uma série de atividades, entre as quais se inclui a exibição (no Project Room) de três filmes especialmente escolhidos, dos artistas e realizadores Michael Smith&Mike Kelley, Luiz Roque e Edgar Pêra.
A festa continua entre as 11h e as 19h (novo horário do museu) na Central e no MAAT, os dois espaços, onde será possível visitar às recém-inauguradas exposições Quote/Unquote e Artists’ Film International, uma Oficina para Crianças (Sons Desenhados) e ainda o Percurso Monumental, uma visita que alia o passado e o presente da produção energética e que explora os fenómenos da energia e os novos desafios ambientais.
Em destaque na Galeria Oval do MAAT estará ainda a exposição de Bill Fontana, Shadow Soundings, na qual o artista norte-americano mostra, em direto, os sons e imagens capturadas da Ponte 25 de Abril, ao longo de cinco pontos de projeção, do alto do pilar a por baixo do tabuleiro. “Captei sons, vibrações, utilizando tecnologia que permite ir além do ouvido humano”, realçou o artista conhecido pelos seus trabalhos na ponte Golden Gate (São Francisco) e que destacou os sons produzidos pela “aerodinâmica” da própria estrutura. “As pontes são instrumentos musicais vivos”, explicou o artista que pela primeira vez alia o som ao vídeo live streaming, resultando uma experiência sonora e tecnológica.
Meio milhão de visitantes num ano dos quais 30% são estrangeiros
Desde a inauguração, a 5 de outubro de 2016, até setembro passado, mais de 550 mil visitantes entraram pelas portas do MAAT, referiu Miguel Coutinho, diretor-geral da Fundação EDP. Desses “285 mil” foram contabilizados durante o “ano de 2017”, sublinhou.
Recordando, ainda, que o MAAT teve entrada gratuita da abertura até março do corrente ano, Miguel Coutinho reforça que o preço dos bilhetes (5 e 9 euros, conforme se visite só o MAAT ou os dois espaços, MAAT e Central) não levou à diminuição de visitantes, “muito antes pelo contrário”.
Com “Lisboa a movimentar cada vez mais turismo cultural”, do mais de meio milhão de visitantes “30% são estrangeiros”, adiantou Pedro Gadanho, diretor do MAAT. “São números ainda assim abaixo do que se verifica a nível internacional, que rondam os 80%”, reforçou. A esse lado internacional do museu não é, de certo, alheio as “400 noticias publicadas na imprensa estrangeira”, conclui Miguel Coutinho.
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