De acordo com o festival, que termina no domingo, Welket Bungué venceu o prémio de melhor ator em “Berlin Alexanderplatz”, do realizador alemão Burhan Qurbani, e que, por sua vez, foi eleito o melhor filme da competição oficial.

Em “Berlin Alexanderplatz”, que teve estreia mundial em fevereiro no festival de Berlim, Welket Bungué interpreta Francis, um refugiado que chega à Europa depois de um violento naufrágio.

O filme é inspirado num romance escrito em 1929 por Alfred Döblin, e foi um trabalho “muito desafiante” para Welket Bungué, que não falava alemão, como contou em fevereiro em entrevista à agência Lusa.

“Ao deparar-me com essa aparente limitação tive de incorporá-la, sendo o refugiado que entra neste território e que não se consegue expressar linguisticamente, e isso é um entrave real. Nunca fui refugiado, mas sou filho de migrantes, que foram para Portugal, portanto passámos por esse processo de assimilação linguística e este personagem também”, revelou.

Para o ator, que esteve nomeado para o prémio de representação em Berlim, este filme “debate-se muito com as estruturas que imperam no continente europeu e que filtram a entrada de pessoas, mesmo quando estão a fugir de situações de guerra. É também retratada a promiscuidade associada ao asilo e que, embora seja do conhecimento global, é uma temática que ainda não está esgotada”.

Welket Bungué nasceu na Guiné-Bissau em 1988, cresceu em Portugal, onde se licenciou em teatro, estudou também no Brasil e recentemente mudou-se para Berlim.

Trabalha em representação há mais de uma década, participou em séries televisivas, como “Equador”, “Morangos com açúcar” e “Os filhos do rock”, e entrou em filmes como “Joaquim”, do brasileiro Marcelo Gomes, as produções portuguesas “Cartas da guerra”, e Ivo Ferreira, e “Quarta divisão”, de Joaquim Leitão.

É ainda autor e realizador de várias curtas-metragens, entre as quais “Eu não sou Pilatus”, “Metalheart”, premiado este ano no festival internacional de videoarte Fuso, “Corre que pode, dança quem aguenta”, “Arriaga! e “Ex Exploiter Expropriator”.

Assinou ainda o projeto “Mudança”, estreado no Teatro do Bairro Alto e desenvolvido com a socióloga e deputada Joacine Katar Moreira.

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