Uma das praças da cidade ucraniana de Lviv foi hoje palco de uma homenagem às crianças vítimas da guerra.

Uma centena de carrinhos de bebé vazios, 109 mais precisamente, foram dispostos na praça Rynok. Cada carro simboliza "a vida de anjinhos", disse o presidente da câmara de Lviv, Andriy Sadovyi.

"Estão agora a defender o céu da Ucrânia em vez das ações decisivas do mundo", escreveu na rede social Twitter.

O autarca referia-se à zona de exclusão aérea pedida pelas autoridades ucranianas, nomeadamente pelo presidente do país Volodymyr Zelensky.

"Apelamos a todos os adultos, em todo o mundo, para serem um escudo e proteger as crianças ucranianas dar-lhes futuro", acrescentou.

"109 crianças foram mortas pelos russos desde o dia 1 da invasão a larga escala da Ucrânia", avançou o autarca.

Estes números não coincidem, no entanto, com os avançados pela ONU.

A invasão russa da Ucrânia já provocou pelo menos 816 mortos e 1.333 feridos entre a população civil, incluindo mais de 130 crianças, indicou hoje a ONU.

No relatório diário sobre vítimas civis confirmadas desde o início da agressão militar russa na Ucrânia, o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUDH) contabilizou, até às 24:00 de quinta-feira (hora local), 58 crianças entre os mortos e 74 entre os feridos.

A Alto Comissariado da ONU acredita que os dados sobre as vítimas civis estão, contudo, muito aquém dos números reais, sobretudo em território controlado pelo Governo e especialmente nos últimos dias, porque os ataques intensos não permitem recolher e confirmar a informação.

Esta situação verifica-se sobretudo em Mariupol e Volnovakha (região de Donetsk), Izium (região de Kharkiv), Sievierodonetsk e Rubizhne (região de Lugansk) e Trostianets (região de Sumy), onde há alegações de numerosas baixas civis.

Estes números estão a ser ainda corroborados e não estão incluídos nas estatísticas, adverte a agência da ONU para os direitos humanos no seu relatório diário.

“A maioria das baixas civis registadas foi causada pela utilização de armas explosivas de vasta área de impacto, incluindo bombardeamentos de artilharia pesada e sistemas de lançamento de mísseis, e ataques aéreos e de mísseis”, refere ainda a ACNUDH.