Segundo os dados hoje divulgados, "a variante Delta (B.1.617.2) é a variante dominante em todas as regiões, com uma frequência relativa de 100% (em atualização) dos casos avaliados na semana 46/2021 (15 a 21 de novembro) em Portugal".
Por sua vez, "a situação epidemiológica da variante Ómicron encontra-se ainda em evolução e investigação", tendo sido apontado que, "às 18h do dia atual, estão identificados um total de 34 casos" no país.
"Estes casos incluem os casos sequenciados para a variante Ómicron e os casos nos quais foram identificadas mutações específicas, fortemente preditores da variante Ómicron", de acordo com o relatório das Linhas Vermelhas.
De momento, "estes casos foram assintomáticos ou apresentaram sintomas ligeiros, não tendo ocorrido internamentos ou óbitos", adianta a análise de risco da pandemia.
De acordo com o relatório semanal da Direção-Geral da Saúde (DGS) e do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA), foram identificados 30 casos confirmados de infeção por SARS-CoV-2 relacionados com o surto da Belenenses SAD, dos quais 28 casos foram sequenciados ou são fortemente preditores da variante Ómicron (através da identificação de mutações específicas), e dois casos ainda aguardam o resultado quanto à identificação da variante.
“Ainda na região de Lisboa e Vale do Tejo, foi identificado um caso fortemente preditor da variante Ómicron, com história de viagem recente a África do Sul”, enquanto na região Centro foram identificados, em três situações distintas, sete casos confirmados de infeção por SARS-CoV-2, dos quais cinco casos são fortemente preditores da variante Ómicron, e dois casos aguardam o resultado quanto à identificação da variante”, avança o documento.
Segundo o INSA, a investigação de amostras associadas a casos suspeitos (definidos por critérios epidemiológicos ou laboratoriais) é levada a cabo, através da pesquisa dirigida por PCR de mutações “marcadoras” desta variante de preocupação, a qual “constitui uma abordagem rápida e de potencial elevado valor preditivo”.
De acordo com as “linhas vermelhas”, a situação epidemiológica da variante Ómicron encontra-se ainda em evolução e investigação.
A Ómicron foi identificada pela primeira vez em países da África Austral e foi classificada como variante de preocupação pela Organização Mundial de Saúde a 26 de novembro de 2021.
A sua circulação está a ser alvo de uma monitorização apertada a nível mundial, tendo sido já detetada em vários países à escala global.
Portugal pode ultrapassar as 480 infeções por 100 mil habitantes em menos de 15 dias
Portugal pode ultrapassar os 480 casos de infeção do vírus SARS-CoV-2 por 100 mil habitantes a 14 dias em menos de duas semanas e regista uma “tendência fortemente crescente” de internados em cuidados intensivos.
Segundo a análise de risco semanal da pandemia hoje divulgada, o número de novas infeções por 100 mil habitantes, acumulado nos últimos 14 dias, foi de 386 casos, com tendência fortemente crescente a nível nacional.
Já o índice de transmissibilidade (Rt) do vírus apresenta um valor superior ao limiar de 1, indicando uma tendência crescente da incidência de infeções a nível nacional (1,13) e em todas as regiões do país.
“A manter esta taxa de crescimento, a nível nacional, estima-se que o limiar de 480 casos em 14 dias por 100 mil habitantes possa ser ultrapassado em menos de 15 dias”, adiantam “as linhas vermelhas” da Direção-Geral da Saúde (DGS) e do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA).
O grupo etário com incidência cumulativa a 14 dias mais elevada corresponde ao das crianças com menos de 10 anos - 597 casos por 100 mil habitantes -, que não são elegíveis para vacinação contra a covid-19.
De acordo com o documento, o número de doentes de covid-19 internados em Unidades de Cuidados Intensivos (UCI) no continente revelou também uma tendência fortemente crescente, correspondendo agora a 50% do valor crítico definido de 255 camas ocupadas, quando na semana anterior era de 40%.
“As regiões do Algarve e do Centro têm uma ocupação em percentagem do nível de alerta acima dos 70%”, refere ainda o relatório das autoridades de saúde.
O grupo etário com maior número de casos de covid-19 internados em UCI é o dos 60 aos 79 anos, registando-se uma tendência crescente a partir das primeiras semanas de outubro, mas, nos últimos dias, a faixa dos 40 aos 59 anos apresenta também tendência crescente.
Segundo esta análise de risco, a pressão nos serviços de saúde e o impacto na mortalidade são moderados, mas com tendência crescente, e a emergência da nova variante de preocupação Ómicron suporta a “necessidade de reforçar a vigilância epidemiológica, virológica e do controlo de fronteiras em Portugal, até serem conhecidas mais informações”.
Na última semana, registou-se um aumento no número de testes, que ultrapassaram os 552 mil, assim como um aumento do número de pessoas com testes positivos para SARS-CoV-2.
Quando à mortalidade, na quarta-feira estava nos 17 óbitos em 14 dias por um milhão de habitantes, que corresponde a um aumento de 10% relativamente à semana anterior e com uma tendência crescente.
Este valor é inferior ao limiar de 20 óbitos em 14 dias por um milhão de habitantes definido pelo Centro Europeu de Controlo de Doenças.
Perante estes indicadores, as “linhas vermelhas” da pandemia indicam que Portugal regista uma atividade epidémica de SARS-CoV-2 de intensidade elevada, com tendência fortemente crescente a nível nacional.
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