Em declarações aos jornalistas, no final da sessão solene comemorativa do 107.º aniversário da Implantação da República, Assunção Cristas subscreveu também a ideia defendida por Marcelo Rebelo de Sousa de que é preciso reconhecer o que corre bem e o que corre mal, e deu exemplos.

A presidente do CDS-PP apontou o desemprego como uma das "coisas que corre bem", mas acrescentou: "Eu não posso deixar de destacar, porque este não é um ano igual aos outros, a tragédia de Pedrógão ou o grande embaraço e gravidade de Tancos, para sinalizar que, de facto, noutras áreas as coisas correram mal".

Por outro lado, criticou o processo de execução orçamental, sustentando que tem sido marcado por "falta de transparência", com "verbas muito importantes a serem retidas, das áreas da saúde à educação, aos transportes ou à própria segurança".

Questionada sobre o protesto de algumas dezenas de professores nesta cerimónia, contra o concurso de colocação, Assunção Cristas considerou que "é compreensível" e que na educação, assim como na saúde, deve haver "maior capacidade de diálogo e de consenso" por parte do Governo face a "expectativas muitas vezes legítimas".

Quanto à intervenção do chefe de Estado, disse que abordou áreas "que na perspetiva do CDS são fundamentais", como a justiça, a segurança, as Forças Armadas: "Tudo áreas de soberania que nos parecem muito importantes e que nós temos sinalizado como áreas em que as coisas não têm corrido bem, e nalguns casos têm corrido francamente mal".

"Já o disse na nossa 'rentrée' política que a área da justiça, por exemplo, ia ser uma área a que o CDS daria especial atenção nesta sessão legislativa e neste tempo mais próximo", referiu ainda.

Quanto à mensagem de Marcelo Rebelo de Sousa de que é preciso reconhecer o que corre bem e o que corre mal, a presidente do CDS-PP concordou que é importante "refletir, dizer o que está bem para continuar a ficar bem, mantendo, nomeadamente, as reformas que foram feitas anteriormente, e aquilo que está menos bem ou mal e que tem de ter uma grande exigência no parlamento".