O presidente russo disse hoje que o Exército da Rússia combate na Ucrânia para defender a pátria de uma "ameaça inaceitável" do país vizinho apoiado pelo Ocidente. Putin, que falava no discurso por ocasião do 77.º aniversário da vitória soviética sobre a Alemanha nazi na Segunda Guerra Mundial (1939-1945), disse ainda que a ação militar da Rússia na Ucrânia é uma resposta oportuna e necessária às políticas ocidentais.
Vladimir Putin traçou paralelos entre a luta do Exército Vermelho contra as tropas nazis e a ação das forças russas na Ucrânia e afirmou que a campanha na Ucrânia foi um movimento oportuno e necessário para evitar uma potencial agressão. Acrescentou que as tropas russas estão a lutar pela segurança do país na Ucrânia e cumpriu um minuto de silêncio para homenagear os militares que morreram em combate.
Antes do discurso, decorreu o desfile por ocasião do 77.º aniversário da vitória soviética sobre a Alemanha nazi na Segunda Guerra Mundial, na Praça Vermelha, que não contou com a presença de nenhum presidente estrangeiro, uma vez que a "operação militar especial" foi condenada pela maioria da comunidade internacional.
No ocidente, é dia da Europa — dia em que a União Europeia esteve a debater o futuro. Futuro quem admitiu hoje António Costa, não tem a Ucrânia no imediato. O primeiro-ministro admitiu que uma eventual adesão da Ucrânia à União Europeia seja um processo “longo, difícil e exigente”, sublinhando que a entrada no clube comunitário “não pode ser a única resposta” para a Europa.
“Todos sabemos que independentemente do parecer que a Comissão venha a dar e que o Conselho venha a apreciar em junho, o processo de adesão será sempre muito longo, muito difícil e muito exigente”, disse António Costa, falando aos jornalistas portugueses à margem do evento de encerramento da Conferência sobre o Futuro da Europa, na sede do Parlamento Europeu, na cidade francesa de Estrasburgo.
No dia em que a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, anunciou para junho o seu parecer sobre a eventual adesão da Ucrânia à UE, António Costa assinalou que este “será seguramente [um processo] muito longo”.
“Não quero ser tão pessimista como o Presidente [francês] Macron, que falou em décadas”, referiu o chefe de Governo, embora lembrando que o processo de adesão de Portugal “levou nove anos”. Para António Costa, “a adesão à UE não pode ser a única resposta para a organização da Europa nem pode ser a única resposta em situações de emergência como aquela que se vê hoje na Ucrânia”.
“Macron teve aqui uma proposta ousada, de criarmos um outro tipo de organização no quadro europeu, onde possam estar não os Estados da UE, mas também Estados que saíram da UE e queiram regressar, como são os que são candidatos e que há anos se arrastam em processos de adesão. Se a Conferência [sobre o Futuro da Europa] for para isto, isso faz outro sentido, do que andar a discutir pequenas questões institucionais”, adiantou o primeiro-ministro.
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky assinou, a 28 de fevereiro, o pedido formal a Bruxelas da adesão da Ucrânia à UE. A Ucrânia já entregou a sua resposta formal ao questionário da Comissão Europeia sobre uma eventual adesão à UE, que foi dada em 10 dias, faltando um segundo conjunto de respostas.
Quando um país apresenta um pedido de adesão à UE, o Conselho convida a Comissão a dar o seu parecer sobre o pedido, estando o executivo comunitário a tratar agora desse mesmo parecer. As regras europeias ditam que qualquer país europeu que respeite os valores comunitários – como a existência de instituições que garantam a democracia e uma economia de mercado – e esteja empenhado em promovê-los pode pedir para se tornar membro. A resposta pode levar meses a anos.
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