Um decreto do Governo valenciano veio declarar a paella, "a arte de unir e partilhar", como sendo um Bem de Interesse Cultural Imaterial, diz a Agência EFE.

Assim, a proteção da paella valenciana como património cultural imaterial será doravante especificada para melhorar as condições para que esta manifestação cultural se mantenha viva, através da divulgação e revalorização dos seus elementos e valores patrimoniais, de acordo com o decreto assinado pelo presidente da Generalitat, Ximo Puig, e pelo Ministro da Educação, Vicent Marzà.

De acordo com o El País, o texto do decreto explica como a paella é o epicentro da tradição gastronómica valenciana, sendo assim "uma espinha dorsal que, juntamente com o seu desenvolvimento e relevância cultural do território espanhol, se tornou uma das marcas mundiais de maior prestígio".

Além de elogiar o prato, o comunicado revê as origens da paella e situa-a na Albufera de Valencia, "onde este prato era cozinhado para responder às necessidades alimentares dos camponeses e pomares da zona". Mais tarde, no final do século XIX, a paella valenciana saltou das quintas para as tabernas e parques de merendas da praia da Malvarrosa, do Grao de Castellón ou da Albufereta de Alicante.

Assim, "este prato emblemático, núcleo da cozinha tradicional valenciana, constitui-se como elemento unificador, peça fundamental da gastronomia da Comunidade Valenciana".

Mas o texto vai mais longe: "a paella não se constitui apenas como prato em si. O seu processo de produção e a arte na sua preparação e degustação fazem dele um verdadeiro fenómeno social, condicionando parte da paisagem e do ecossistema da Comunidade Valenciana com o cultivo e obtenção dos alimentos com que é feito", pode ler-se.

Num total de oito páginas no diário oficial, a paella vê assim reconhecida a sua importância cultural e a sua história — mas não é fornecida uma receita, já que existem "muitas formas" de preparar o prato.