Os Jogos Olímpicos deixam sempre marcas que perduram. Não, não estamos a falar de recordes. Falamos dos momentos mais insólitos que têm marcado os Jogos do Rio. Das refeições grátis no McDonald's, às algas que travaram Fernando Pimenta, da água verde da piscina de saltos, às irmãs gémeas que cruzaram a meta de mãos dadas até ao manifestante que tentou impedir uma atleta de cruzar a meta. Está tudo aqui:

Fernando Pimenta e as algas que o afastaram do pódio

O canoísta português, um dos favoritos à conquista de medalhas, ficou desolado após falhar o pódio. O atleta de Ponte Lima teve um arranque fantástico, mas aos 400 metros apanhou algumas algas. Pimenta disse que "isto é uma roleta e a bala saiu-me a mim". Acabou por ficar num honroso 5º lugar.

Fernando Pimenta apurou-se para a final de K1 1000 metros ao terminar em segundo lugar nas meias-finais

O japonês que derrubou a barra com o pénis

Hiroki Ogita participava na prova de salto com vara, e tudo estava a correr bem. Tudo bem até a barra subir para os 5,3 metros. Quando o atleta japonês passou a barra, derrubou-a. À partida é uma situação banal, se tal não tivesse acontecido com o seu pénis. O momento insólito acabou por prejudicar o atleta que terminou a prova em 21º lugar e viu a sua prestação chegar ao fim, nestes Jogos Olímpicos.

Gémeas cruzam a meta de mão dada

Lisa e Anna Hahner são irmãs gémeas e terminaram a maratona feminina de mãos dadas e com sorrisos rasgados. As irmãs que representavam a Alemanha ficaram muito longe da vencedora, a queniana Jemina Sumgong (2:24.04). Um gesto, à partida, carinhoso e abraçado pela internet, não fazia antever a polémica que ali vinha. A Federação Alemã de Atletismo, pela voz do diretor desportivo Thomas Kurschilgen, criticou as atletas, afirmando que estas "pareciam estar numa competição de brincadeira" e que o gesto foi uma "falta de respeito" para com toda a comitiva germânica. Lisa e Anna Hahner, que terminaram em 81.º e 82.º.

Parar a prova para ajudar colega a levantar-se

Este está a ser apontado como um dos momentos mais inspiradores destes Jogos Olímpicos. Abbey D'Agnostino, atleta neozelandesa, parou a sua prova para ajudar Nikki Hamblin, americana, depois de esta ter caído na pista de tartan, após terem tropeçado uma na outra. A situação aconteceu quando as atletas estavam a cruzar os 3000 metros e está a ser usada como exemplo do que deve ser o verdadeiro espírito olímpico. 

Atletas olímpicos usam e abusam de refeições grátis no McDonald's da Aldeia Olímpica

Quando imaginamos a dieta de um atleta olímpico, dificilmente pensamos que estão incluídos os famosos hambúrgueres da cadeia norte americana McDonald's. Parece estranho, mas é uma realidade. O McDonald's da Aldeia Olímpica no Rio de Janeiro tem oferecido refeições grátis às comitivas olímpicas dos países ali representados. Devido à grande adesão dos atletas a esta oferta, a cadeia norte-americana impôs um limite de 20 itens por pessoa. Ainda que pareça muito, a medida visa reduzir, em muito, os enormes pedidos que têm sido feitos. Em causa está a falta de outras opções e a fraca qualidade da cafetaria da Aldeia Olímpica.

O mistério da água verde na piscina de saltos

No dia anterior, na prova masculina de salto para a água, a piscina estava normal. Do dia para a noite ficou verde. Os atletas ficaram surpreendidos, o público intrigado e a internet louca. Foi preciso o responsável de comunicação dos Jogos Olímpicos, Mario Andrada, ter vindo a público afirmar que a mudança da água foi causada pela "proliferação inesperada de algas na piscina", uma situação agravada pelos ventos que se fizeram sentir naquela zona. Foram feitos testes e a água estava óptima, não havia nada que colocasse em causa a realização da prova. As atletas saltaram e a prova acabou por ser ganha pelas chinesas Ruolin Chen e Huixia Liu.

Homem invade maratona e tenta agarrar atleta

Parecia uma encenação do que tinha acontecido nos Jogos Olímpicos de 2004, em Atenas, quando um antigo padre irlandês, Cornelius Horan, invadiu a maratona e derrubou o atleta olímpico Vanderlei Cordeiro de Lima. Desta vez não foi um padre, mas sim um grupo de manifestantes que tentaram atrapalhar as atletas que seguiam nas primeiras posições da prova de maratona feminina. No total, foram duas invasões. A primeira aconteceu na Avenida Presidente Vargas, antes da chegada ao Sambódromo, e a segunda já junto à meta. As atletas não foram prejudicadas pelo incidente e Jemima Sumgong alcançou o ouro, tornando-se na primeira queniana a vencer a maratona olímpica.

A 'cinderela' dos 3000 metros obstáculos

Correr os 3000 metros obstáculos já não é tarefa fácil, agora imagine fazê-lo com um pé descalço. Não é impossível. O momento foi protagonizado por Etenesh Diro no Estádio Olímpico do Rio de Janeiro. Já na última metade da sua série, da qualificação para a final, a atleta etíope caiu e perdeu a sapatilha do pé direito. Ainda assim continuou a correr, primeiro só com uma meia e depois descalça. A atleta olímpica acabaria por conseguir qualificar-se para a final, no sétimo lugar por repescagem. De pé descalço, com raça e dedicação e com um final feliz.

Deixa cair o telemóvel do bolso durante prova de esgrima

Enzo Lefort, esgrimista francês que foi medalha de bronze nos Mundiais de Kazan, em 2014, protagonizou um episódio insólito nos Jogos do Rio de Janeiro. Durante o combate, a contar para a segunda fase de florete individual, Lefort deixou cair o telemóvel, tendo provocado um ataque de risos na bancada. O combate foi interrompido e o aparelho recolhido pelo treinador. O francês, que até à altura liderava o combate, acabaria por vir a ser derrotado pelo alemão Peter Joppich.

O mistério das letras que foram caíndo ao longo dos 90 minutos

Primeiro jogo da selecção nacional de futebol nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro. A estreia deu-se diante da Argentina. O jogo decorreu sem incidentes, mas à medida que o jogo decorria algo parecia estranho, os nomes dos jogadores portugueses começaram a cair. A razão? De acordo com fonte da Federação Portuguesa de Futebol, a estampagem foi feita ainda em Magaratiba, onde a equipa das ‘quinas’ esteve a estagiar. O que se passou foi que a máquina de estampagem não aqueceu o suficiente e as letras não ficaram bem fixas nas camisolas.

A novela brasileira

Num país famoso pelas suas produções nacionais de telenovelas, ficava mal não acontecer um incidente digno de um bom guião de uma novela. Tudo aconteceu quando Ingrid Oliveira, atleta olímpica de salto sincronizado, queria levar para o seu quarto o canoísta Pedro Henrique da Silva. Quem não estava para aí virada era a parceira de Ingrid nas provas de duplo salto sincronizado, Giovanna Pedroso. 

Ingrid pediu à parceira para sair do quarto, mas Giovanna não aceitou. As duas discutiram e apesar de Giovanna ter saído do quarto, esta denunciou a atitude da parceira ao Comité Olímpico Brasileiro, que chegou mesmo a ponderar a expulsão da atleta. O conflito levou a uma tensão entre as colegas, tendo a equipa ficado em 8º lugar. Longe das medalhas ambicionadas pelas atletas. A dupla acabou por se separar.

Uns Jogos cheios de amor

Já vai em 5 o número de pedidos de casamento nestes Jogos Olímpicos. O mais recente felizardo foi o britânico Tom Bosworth, que após ter falhado as medalhas na prova de 20 km da marcha atlética, conseguiu a sua grande conquista no Rio de Janeiro: o sim do seu namorado. Antes, já a chinesa Xi He tinha dito que 'sim' a Kai Qin, também membro da comitiva chinesa. Izzy Cerullo, jogadora de râguebi, também foi surpreendida pela sua namorada, depois do jogo entre a Austrália e a Nova Zelândia, com a tão esperada pergunta. Rodrigo Faustino, jogador da selecção brasileira de hóquei de campo, também pediu a namorada em casamento, depois da derrota frente à Áustrália. E ainda Charlotte Dujardin, cavaleira que venceu a prova de ensino individual, disse que 'sim' ao seu noivo que imprimiu numa camisola "Podemos casar agora?". Têm sido umas olimpíadas cheias de amor.

Olimpíadas cheias de amor, canos cheios de... preservativos

Só pelo número de pedidos de casamento já se podia dizer que estas Olímpiadas estavam repletas de amor. Mas o amor foi também consumado. No início dos Jogos foram destribuídos, de forma gratuita, 450 mil preservativos pelos atletas (o triplo da quantidade, em relação a Londres 2012). Na segunda semana de competição o inesperado acabou por acontecer. Foram tantos os preservativos deitados pela sanita abaixo, na Aldeia Olimpíca, que o sistema de esgotos quase entupiu por completo.

Um mergulho para o ouro

A final dos 400 metros femininos teve um desfecho, no mínimo, invulgar. Shaunae Miller, das Bahamas, protagonizou um momento diferente ao atravessar a meta com um mergulho. Completamente exausta e a ver o título olímpico escapar, após uma excelente recuperação da norte-americana Allyson Felix, Miller atirou-se para a frente e segurou a escassa vantagem, por apenas sete centésimos de segundos.