“Eu acho que a votação foi importante porque foi sólida. Esta Comissão tem uma agenda que a mim me parece particularmente interessante, mas que não é fácil de executar, e, portanto, ter um conforto grande por parte do Parlamento é essencial para que aquilo que está escrito seja aquilo que a Comissão vai entregar aos cidadãos europeus”, declarou, à saída do plenário de Estrasburgo, após os eurodeputados terem aprovado o novo executivo comunitário.

Elisa Ferreira sublinhou que, contrariamente às “expectativas” de que a Comissão fosse aprovada por uma curta margem, o executivo comunitário que integra e é liderado por Ursula von der Leyen acaba por alcançar “uma votação mais forte, inclusivamente, do que na Comissão anterior, num período que é bastante difícil em termos da vida da UE”.

A «Comissão Von der Leyen» foi hoje aprovada pelo Parlamento Europeu com 461 votos a favor, 157 contra e 89 abstenções, num total de 707 votos expressos. O anterior executivo, liderado por Jean-Claude Juncker, foi aprovado há cinco anos com 423 votos a favor, 209 contra e 67 abstenções, num total de 751 votos expressos.

“Fiquei muitíssimo satisfeita porque é uma votação muito forte, é uma maioria bastante sólida. Os principais grupos pré-europeístas todos votaram a favor. Os Verdes abstiveram-se, mas com um discurso bastante expectante, dizendo que estariam disponíveis para apoiar em todas as circunstâncias em que de facto esse apoio fosse merecido, o que também se percebe, e portanto eu acho que nós temos aqui um bloco bastante sólido de confiança na Comissão”, reforçou.

Questionada sobre os elogios que a presidente Ursula Von der Leyen lhe dirigiu, na intervenção antes da votação durante a qual apresentou a sua equipa ao Parlamento Europeu, Elisa Ferreira admitiu que “naturalmente” gostou.

“Achei extraordinariamente delicado, e acho que foi uma maneira muito simpática de envolver toda a equipa, porque de facto é de um colégio que se trata, e de, no fundo, transmitir também aos cidadãos, representados aqui pelos deputados, exatamente qual era o pedido que ela fazia a cada um de nós”, afirmou.

Num registo mais pessoal, admitiu sentir “alguma emoção” e um “enorme entusiasmo” ao regressar ao centro da Europa para abraçar um novo desafio que “nunca tinha esperado que acontecesse”.

“Eu tive a sorte, durante a minha vida, de fazer coisas fabulosas, e o país deu-me essa oportunidade e eu só tenho de agradecer, porque de facto tive oportunidades fantásticas. E é com alguma emoção que volto a este espaço. Eu pensava que já não regressava aqui”, começou por dizer.

Apontando que gostou “muito” dos três anos e meio que passou no Banco de Portugal, Elisa Ferreira notou que fez durante 12 anos, precisamente no Parlamento Europeu, “muito trabalho na área financeira”, mas lembrou que a sua “tradição de envolvimento cívico esteve muito associada de facto ao desenvolvimento regional e, desde o princípio, à Europa”.

“Neste momento, é com um enorme entusiasmo que eu de algum modo fecho um ciclo, combinando política regional, política de desenvolvimento, com política europeia. E, de facto, foi qualquer coisa que eu nunca tinha esperado que acontecesse na minha vida e aconteceu. Tive essa sorte. Obrigado aos Portugueses”, declarou.

A nova Comissão entra em funções já no próximo domingo, 01 de dezembro.

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