Mais uma quinta-feira, mais um Conselho de Ministros que faz as contas ao desconfinamento — ou aos travões que lhe são colocados. Hoje, o país ficou a saber que três concelhos dão dois passos atrás, 25 dão um e 19 arriscam seguir o mesmo caminho.
Desta forma, o governo decidiu travar o desconfinamento e há dezenas de municípios a recuar ou perto disso nas próximas semanas. Em Lisboa a situação pandémica não aparenta dar tréguas: as restrições apertam na Área Metropolitana. E, como a pandemia exige, existem regras a cumprir — diferentes conforme o cenário em cada concelho, que podem ser conhecidas aqui.
Olhando para o país, traduzido agora por uma espécie de semáforo, a cor deste início de verão é o vermelho. "Portugal encontra-se claramente na zona vermelha da nossa matriz, com níveis de incidência preocupantes", disse a ministra Mariana Vieira da Silva, justificando assim a mensagem base de hoje: "não temos condições para avançar".
Segundo disse, a incidência de novos casos de infeção por cem mil habitantes está, atualmente, nos 129,6 e o índice de transmissibilidade do vírus (Rt) nos 1,18 no território continental. Números que lançam o alerta. Mas olhemos para os diferentes concelhos:
- Águeda e Sertã recuperaram, mas Albufeira, Lisboa e Sesimbra vão mesmo dar dois passos atrás;
- Há 25 concelhos com risco elevado, que terão igualmente regras distintas do resto do país: Alcochete, Almada, Amadora, Arruda dos Vinhos, Barreiro, Braga, Cascais, Grândola, Lagos, Loulé, Loures, Mafra, Moita, Montijo, Odemira, Odivelas, Oeiras, Palmela, Sardoal, Seixal, Setúbal, Sines, Sintra, Sobral de Monte Agraço, e Vila Franca de Xira;
- Existem ainda 19 concelhos que, por registarem pela primeira vez uma taxa de incidência superior aos limiares definidos, ficam em alerta: Alenquer, Avis, Castelo de Vide, Castro Daire, Chamusca, Constância, Faro, Lagoa, Mira, Olhão, Paredes de Coura, Portimão, Porto, Rio Maior, Santarém, São Brás de Alportel, Silves, Sousel e Torres Vedras;
- No próximo fim de semana, a Área Metropolitana de Lisboa volta a ter restrições à circulação, com a proibição de entrada e saída, entre as 15:00 de sexta-feira e as 06:00 de segunda-feira, salvo as exceções previstas na lei. Para sair desta região, para além das ditas exceções, passa também a ser possível apresentar um teste com resultado laboratorial (para maiores de 12 anos), seja antigénio ou PCR. Ou seja, os autotestes, que qualquer um pode fazer em casa, não são válidos para esta situação.
Por tudo isto, o governo prolongou também a situação de calamidade em Portugal continental até 11 de julho, no âmbito do combate à pandemia de covid-19.
Mais uma vez, as recomendações que ficam visam atenuar a situação, para que o país continue a desconfinar e se atinja a normalidade possível. Todavia, tal só é possível num esforço conjunto.
"Estamos numa luta contra o tempo entre a vacinação e a progressão da doença e isso faz com que seja necessário pedir a todos um esforço suplementar neste momento", explicou a governante, deixando o alerta que cada pessoa deve ter em mente: o país está, neste momento, "numa situação mais grave e cabe a todos procurar combatê-la". Afinal, o verão quer-se com bom tempo e calor, mas não com tons de vermelho no que ao vírus diz respeito.
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