“Quem intervem economicamente num conflito militar toma uma posição”, afirmou o líder nacionalista, na sua tradicional entrevista semanal a uma rádio próxima do Governo.
“Pouco a pouco, estamos a deslizar para a guerra”, insistiu, mostrando-se preocupado com a quantidade de medidas adotadas para sancionar a ofensiva russa na Ucrânia.
Viktor Orban critica regularmente as sanções europeias, apesar de ter votado a favor da sua adoção, ao lado dos seus parceiros, culpando-as pelos reveses económicos no país da Europa Central.
A economia húngara contraiu no terceiro trimestre (em relação ao segundo) e a inflação ultrapassou os 20 por cento, chegando a 45% na alimentação.
O Governo lançou uma “consulta nacional” sobre a questão e colou cartazes no país onde se vê a imagem de um míssil acompanhada da mensagem “As sanções de Bruxelas estão a arruinar-nos”.
O primeiro-ministro disse estar pronto para lutar contra um possível novo pacote de sanções e garantir que a Hungria, muito dependente dos hidrocarbonetos russos, fique “isenta”, como aconteceu com o embargo ao petróleo.
“Agora estamos a fornecer armas destrutivas, estamos a treinar soldados ucranianos no nosso próprio território, estamos a impor sanções energéticas. (…) Estamos a tornar-nos parte integrante” do conflito, defendeu Orban.
“Ainda não somos alvos militares, mas estamos prestes a tornar-nos beligerantes. A Europa está a jogar um jogo muito perigoso”, concluiu.
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