"O avanço russo foi contido", afirmou Zelensky, em entrevista à rede francesa BFM TV e ao jornal Le Monde. "O nosso comando, o nosso Exército, detiveram o avanço russo no leste da Ucrânia".
Nos últimos meses, as forças de Kiev enfrentaram uma pressão crescente na frente de batalha, perdendo terreno para Moscovo à espera de mais ajuda dos países ocidentais, especialmente um pacote de ajuda bloqueado no Congresso americano.
"Posso dar esta nova informação: a situação agora é muito melhor do que nestes últimos meses", afirmou Zelensky, acrescentando que a Ucrânia está construindo linhas de fortificação de "mais de mil quilómetros".
"Quando falamos em fortificações, falamos num processo contínuo", afirmou. "Não falamos em alguns quilómetros, ou em centenas de quilómetros, e sim em mais de mil quilómetros de construção. É uma tarefa muito complicada. Têm de ser fortes e resistentes ao clima, mas também a qualquer equipamento militar usado contra essas linhas defensivas", explicou Zelensky.
As declarações foram feitas depois do presidente ucraniano ter exprimido indignação com as declarações do Papa Francisco, que pediu que as partes em conflito negociem “antes de que as coisas piorem”. O pontífice disse ao canal suíço RTS que acredita que “são mais fortes aqueles que veem a situação, que pensam no povo, que têm coragem de levantar a bandeira branca e negociar".
O ministério dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia convocou hoje o representante do Vaticano, o núncio Visvaldas Kulbokas, em protesto contra as declarações do Papa argentino.
Referindo-se a um comentário do presidente francês, Emmanuel Macron, que afirmou no mês passado que não descartava o envio de tropas à Ucrânia, Zelensky afirmou que, "enquanto a Ucrânia aguentar, o Exército francês pode permanecer em território francês".
O presidente ucraniano afirmou que o envio de tropas estrangeiras não é necessário no momento, mas pediu “pessoal técnico” para "coproduzir" canhões Caesar franceses ou tanques Leopard alemães.
O fim da disputa entre Rússia e Ucrânia, no entanto, pode depender do resultado das eleições de novembro nos Estados Unidos, uma corrida em que o ex-presidente Donald Trump se perfila como provável candidato republicano.
O primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, reuniu-se na última sexta-feira com Trump no estado da Florida e declarou que o magnata lhe garantiu que “não dará nem um cêntimo" à Ucrânia.
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