Três dias depois da demissão, só hoje Matos Santos publicou, no Facebook, a carta de demissão de vogal da comissão executiva dirigida a Rodrigues dos Santos, que afirma querer preservar de ataques vindos de "políticos sem escrúpulos", que nunca identifica, que "não olham a meios para atingir os fins".
E depois dirige-se ao presidente do partido, que o convidou para a direção no congresso de Aveiro, em 25 e 26 de janeiro: "Resistiria até ao fim para os combater, se isso te fosse útil. Mas quero preservar-te, a ti e à nossa direção".
O psicólogo e fundador da Tendência Esperança em Movimento (TEM) afirma ainda esperar que o líder se mantenha "firme no caminho" e na estratégia que "levou muitos militantes" a apoiá-lo no congresso.
O dirigente centrista escreveu que "os ataques" que lhe "foram movidos" eram para prejudicar a liderança por "alguns daqueles que perderam" e que "se prepararam para isto" com o objetivo de praticar "a baixa política".
Abel Matos Santos entrou na corrida à sucessão da ex-presidente do partido, Assunção Cristas, mas não chegou a levar a sua moção a votos, tendo desistido a favor do atual presidente do CDS-PP, Francisco Rodrigues dos Santos.
O psicólogo-clínico integrou as listas apresentadas pelo atual líder, tendo sido eleito em congresso vogal da comissão executiva.
Abel Matos Santos abandonou na terça-feira a direção do CDS, ao fim de duas semanas, depois de ter sido noticiado pelo Expresso que defendeu, de 2012 a 2015, em publicações na rede social Facebook, elogios a Salazar e à PIDE, e apelidou de “agiota dos judeus” o cônsul de Portugal em Bordéus Aristides Sousa Mendes, que ajudou a salvar milhares de judeus durante a II Guerra Mundial.
No final da semana passada, o ex-vice-presidente do CDS-PP e antigo ministro António Pires de Lima exigiu ao novo líder do partido que “retire a confiança política” a Abel Matos Santos, dada a "gravidade das declarações" que fez sobre Salazar e Aristides Sousa Mendes.
Em comunicado divulgado o mesmo dia, a comissão executiva dos democratas-cristãos explicitou que no partido “não há espaço para o racismo, para a xenofobia, para o antissemitismo, para a intolerância ou para qualquer saudosismo de regimes que não assentem na liberdade”.
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