"A Comissão Diocesana de Proteção de Menores do Patriarcado de Lisboa recebeu uma queixa sobre um possível caso de abuso sexual sobre menores, alegadamente cometido pelo Sr. Padre Luís Cláudio Ferreira dos Santos. Tendo procedido de imediato a uma investigação prévia da acusação, a mesma foi enviada para o Dicastério da Doutrina da Fé e em seguida para o Ministério Público", pode ler-se na nota divulgada.

Segundo o Patriarcado, o sacerdote, responsável pela paróquia de Massamá, "suspendeu o exercício do ministério pastoral na comunidade que lhe estava confiada, aguardando o apuramento da verdade".

Segundo a Rádio Renascença, terá sido o próprio sacerdote que pediu a suspensão, após a denúncia, não estando a frequentar a paróquia desde agosto.

O padre em causa, de 63 anos, é também juiz do Tribunal Patriarcal e assistente diocesano do Curso de Preparação para o Matrimónio do Patriarcado de Lisboa.

"O caso segue os seus trâmites e encontra-se em segredo de justiça no foro canónico, assim como no Ministério Público", é explicado.

"O Patriarcado de Lisboa renova o seu compromisso em tudo fazer para erradicar esta dramática realidade dos abusos de menores e está disponível para acompanhar as vítimas que assim o desejarem", pode ainda ler-se.

Este propósito segue-se à carta que o cardeal patriarca de Lisboa, Manuel Clemente, dirigiu aos diocesanos na abertura do novo ano pastoral, no início de setembro, na qual voltou a pedir perdão às vítimas de abuso sexual no seio da Igreja Católica, assegurando que a instituição em Portugal “está na primeira linha da resposta a tão grave questão”.

No documento, Manuel Clemente escrevia não poder “deixar de aludir às notícias de abusos sexuais que foram aparecendo entretanto”, referentes a casos na diocese por si tutelada.

“Já tive ocasião de explicar o que se fez e continuará a fazer na diocese, para corrigir e prevenir tais casos”, continua o patriarca, referindo-se à carta aberta que divulgou no dia 29 de julho e cujo teor terá comunicado “pessoalmente ao Papa Francisco”, em audiência no dia 5 de agosto.

Nesse documento, Manuel Clemente assegurava que “desde a primeira hora” deu instruções, no Patriarcado, “para que a Tolerância Zero e a Transparência Total sejam regra conhecida de todos” quanto ao abuso de menores.