De acordo com a promotora Força de Produção, “no ensaio geral [de quinta-feira] um dos atores principais sofreu um acidente em palco que obrigou à sua hospitalização imediata, situação que se mantém ao dia de hoje, impossibilitando a realização do espetáculo”.

O espetáculo estava agendado para quinta-feira e hoje no Coliseu do Porto, depois de se ter estreado em fevereiro em Lisboa, no Teatro Maria Matos, onde esteve em cena até 28 de abril.

A Força de Produção refere que “estão a ser realizados esforços no sentido de encontrar datas alternativas para remarcar as duas apresentações canceladas”.

“Até terça-feira, 04 de junho, teremos novidades a esse respeito”, refere a promotora, acrescentando que os portadores de bilhete podem pedir o reembolso dos bilhetes nos locais onde foram adquiridos.

O musical “A madrugada que eu esperava”, idealizado e protagonizado pelas cantoras Carolina Deslandes e Bárbara Tinoco, lembra que “o direito da Liberdade implica o dever da memória”.

O texto foi escrito pelo escritor Hugo Gonçalves, que quando foi desafiado pelas cantoras tinha acabado de escrever o romance “Revolução” – editado em outubro, cuja história se desenrola na altura do 25 de Abril de 1974 – e estava, por isso, com a ‘Revolução dos Cravos’ fresca na mente.

“A madrugada que eu esperava” centra-se numa “história clássica ‘boy meets girl’ [rapaz conhece rapariga], a que os escritores e os dramaturgos voltam constantemente”, referiu o escritor à Lusa aquando da estreia do musical em Lisboa.

Os protagonistas vivem uma história de amor proibida e, através dela, “reflete-se o espírito do tempo e mostra-se como é que era viver antes do 25 de Abril [de 1974] e também durante aquele período revolucionário, que foi um período bastante intenso”.

No espetáculo, Carolina Deslandes e Bárbara Tinoco vão alternando os papéis de Olívia, a protagonista, e Clara, a sua irmã.

O namorado de Olívia é Francisco, interpretado pelo ator e músico Diogo Branco.

Do elenco da peça fazem ainda parte Brienne Keller, Dinarte Branco, JP Costa, João Maria Pinto, Jorge Mourato, José Lobo, Maria Henrique, Mariana Lencastre e os músicos Feodor Bivol, Luís Delgado, Marco Pombinho, Miguel Casais, Rui Pedro Pity e Sandra Martins, que estão em palco a tocar ao vivo durante o espetáculo.

Em “A madrugada que eu esperava”, a história desenrola-se sobretudo entre 1971 e 1975, mas no final o tempo salta para 2024, o ano em que se comemoram 50 anos da ‘revolução dos cravos’.

“A madrugada que eu esperava” – verso extraído de um poema de Sophia de Mello Breyner Andresen e que dá nome a uma das canções do musical - é uma coprodução entre a Força de Produção e a Primeira Linha e tem encenação de Ricardo da Rocha.