“A Força Aérea esteve impecável. A Força Aérea responde a solicitações que são feitas, nessa circunstância trágica como em outras circunstâncias, e os portugueses podem continuar a contar com a Força Aérea”, afirmou João Gomes Cravinho.

Em declarações aos jornalistas à margem de uma visita à Associação dos Deficientes das Forças Armadas (ADFA), em Lisboa, o ministro recusou que houvesse lugar, da parte da FAP (Força Aérea Portuguesa) ou do Ministério da Defesa, a qualquer inquérito, referindo que a responsabilidade institucional para apurar o que correu mal é do Ministério da Administração Interna (MAI).

A queda de um helicóptero do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM), ao final da tarde de sábado, no concelho de Valongo, distrito do Porto, causou a morte aos quatro ocupantes, dois pilotos e uma equipa médica, composta por médico e enfermeira.

“Não há necessidade de nenhum inquérito [no âmbito da Força Aérea ou do Ministério da Defesa]. Naturalmente a Força Aérea está sempre disponível para explicar os seus procedimentos, mas não há necessidade de nenhum inquérito”, frisou.

Gomes Cravinho acrescentou que é o Ministério da Administração Interna que tem a tutela da Autoridade Nacional de Proteção Civil e, nesse sentido, o ministro [da Administração Interna, Eduardo Cabrita], “muito corretamente assumiu essa responsabilidade” pedindo um inquérito para “perceber o que se tinha passado”.

Quanto à atuação da Força Aérea, João Gomes Cravinho disse ainda que lhe foi atribuída “uma missão que ela cumpriu na medida das suas possibilidades” e “é isso que ela faz”.

Sobre o inquérito que o Ministro da Administração Interna mandou abrir para verificar o funcionamento dos mecanismos de reporte da ocorrência e de lançamento de alertas, Gomes Cravinho assinalou que o MAI “tem a tutela da Autoridade Nacional de Proteção Civil”.

O relatório preliminar que o ministro da Administração Interna ordenou à Proteção Civil para verificar o funcionamento dos mecanismos de reporte da ocorrência e de lançamento de alertas, divulgado na terça-feira, refere falhas e foi enviado aos ministros da Defesa e do Planeamento e ao Ministério Público.

Ressalvando que o ministro da Administração Interna é que lidera o processo, João Gomes Cravinho disse que “irá nos próximos dias olhar para o relatório” e “verificar se há algo que devesse ter sido feito de outra maneira”.

Quanto às conclusões do inquérito preliminar, que o Presidente da República já comentou considerando que, a confirmarem-se as falhas detetadas, “é muita falha e isso significa que o Estado falhou”, Gomes Cravinho sublinhou que “uma falha é uma falha a mais”.

“Repito, uma falha é uma falha a mais, nós procuramos sempre atingir a perfeição sabendo que isso é difícil de alcançar”, disse.

De acordo com o relatório preliminar, houve falhas nos procedimentos de socorro, nomeadamente da NAV Portugal, do 112 e do Comando de Operações de Socorro do Porto.

No domingo, a Força Aérea divulgou um comunicado descrevendo todas as operações realizadas a partir do momento em que foi contactada pela NAV Portugal, pelas 19:40 de sábado e lamentou a perda de vidas em serviço, dos quatro ocupantes do helicóptero do INEM.

Porque o seu tempo é precioso.

Subscreva a newsletter do SAPO 24.

Porque as notícias não escolhem hora.

Ative as notificações do SAPO 24.

Saiba sempre do que se fala.

Siga o SAPO 24 nas redes sociais. Use a #SAPO24 nas suas publicações.